Um pequeno animal marinho que os cientistas pensavam estar extinto pelos últimos quatro milhões de anos acaba de ser encontrado vivinho da silva na Nova Zelândia.
Este “fóssil vivo” é um pólipo de tentáculos do gênero Protulophila. Anteriormente, ele só havia sido encontrado em depósitos fósseis no hemisfério norte, especificamente na Europa e no Oriente Médio.
Os cientistas pensam que sua história se estende 170 milhões de anos de atrás, no Jurássico Médio, antes de eles terem sido supostamente “extintos” no Plioceno. O último vestígio conhecido desses animais foi visto em rochas de quatro milhões de anos de idade.
Os paleontólogos pensavam que os Protulophila eram hidróides coloniais (semelhantes a uma hidra) relacionados com os corais e anêmonas do mar. O animal forma uma rede de canais e furos microscópicos no interior de tubos de vermes marinhos chamados de serpulídeos.
A surpresa
Este ano, exemplos fósseis mais novos foram descobertos por pesquisadores do Instituto Nacional de Água e Pesquisa Atmosférica da Nova Zelândia, do Museu de História Natural de Londres, na Inglaterra, e da Universidade de Oslo, na Noruega, durante um trabalho de campo em Wanganui, na costa oeste da Ilha do Norte, na Nova Zelândia.
Eles encontraram evidências fósseis de pequenos pólipos Protulophila em tubos fossilizados em rochas jovens (geologicamente falando), com menos de um milhão de anos de idade.
Depois de encontrar os animais “extintos” nessas rochas, a equipe examinou o interior de tubos serpulídeos da coleção do Instituto Nacional de Água e Pesquisa Atmosférica e encontrou exemplos de Protulophila que tinham sido negligenciados.
Essas amostras tinham sido coletadas tão recentemente quanto em 2008, em águas com profundidade de 20 metros perto da cidade de Picton, no canto nordeste da Ilha do Sul, na Nova Zelândia.
Não só vivo, como já conhecido
Agora, os cientistas sugerem que Protulophila seja a fase de pólipo de um hidróide cujo apenas o estágio de medusa é conhecido.
“Muitas espécies de hidrozoários têm um ciclo de vida de dois estágios e, em muitos casos, essas duas fases acabam não sendo relacionadas [pelos cientistas]. Nossa descoberta pode, portanto, significar a resolução de dois quebra-cabeças ao mesmo tempo”, explica Dennis Gordon, do Instituto Nacional de Água e Pesquisa Atmosférica da Nova Zelândia.
A equipe agora espera coletar amostras frescas do animal “ressuscitado” para realizar um sequenciamento genético. [IFLS]