O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climática (IPCC), que estuda a ciência por trás do aquecimento global, dita que os seres humanos são os principais causadores das mudanças no clima. O texto menciona ser “muito provável” que as atividades humanas tenham causado a maior parte do aquecimento da superfície do planeta desde 1950.
A avaliação, divulgada nesta sexta-feira (27), é o primeiro grande relatório do IPCC desde 2007, e apresenta o caso mais forte até agora de que os seres humanos são os provocadores do aquecimento global.
No novo relatório, os cientistas do clima concordam, com pelo menos 95% de certeza, que os seres humanos são os responsáveis pela maioria dos efeitos observados no planeta devido às mudanças climáticas desde os anos 1950, incluindo o aquecimento dos oceanos, o rápido derretimento das calotas polares e o elevado aumento do nível do mar.
Em 2007, o relatório do IPCC já havia ligado as atividades humanas às mudanças climáticas com 90% de certeza – o que tinha sido um salto considerável, já que esse número era de 66% no relatório da organização apenas 6 anos antes, em 2001.
A nova avaliação também contém projeções atualizadas para vários cenários climáticos, incluindo a elevação do nível do mar, o derretimento de geleiras e o aumento das temperaturas médias globais.
O relatório faz parte do último resumo do IPCC sobre mudança climática, o chamado Quinto Relatório de Avaliação de AR5. Os relatórios do IPCC são compostos por quatro seções: uma sobre a ciência da mudança climática; outra sobre as vulnerabilidades e os impactos socioeconômicos; uma sobre as maneiras possíveis de aliviar os efeitos das mudanças climáticas; e a última para analisar os resultados de diferentes estudos e integrar as informações relevantes para os formuladores de políticas de ação. Mais seções do Quinto Relatório de Avaliação do IPCC serão lançadas em 2014.
O IPCC foi estabelecido pelas Nações Unidas em 1988 para analisar as pesquisas mais recentes publicadas e revisadas sobre o aquecimento global, além de montar relatórios detalhados sobre os riscos e os impactos das mudanças no clima para o nosso planeta.
As avaliações passam por um extenso processo de revisão que envolve milhares de cientistas e funcionários de governos. Os produtos finais representam o consenso dentro da comunidade científica. Como resultado, os relatórios do IPCC são considerados a autoridade máxima sobre os riscos e os impactos do aquecimento global. [Live Science]