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Aranha-alçapão morre aos 43 anos, quando a expectativa de vida de sua espécie é 20 anos

A aranha mais velha conhecida do mundo acabou de falecer, aos 43 anos de idade.

Apelidada de “Número 16” por um longo estudo populacional australiano, a fêmea da espécie Giaus villosus, comumente chamada em inglês de “aranha-alçapão”, morreu enquanto era observada na natureza.

“Até onde sabemos, esta é a aranha mais antiga já registrada, e sua vida significativa nos permitiu investigar o comportamento das aranhas e sua dinâmica populacional”, disse Leanda Mason, da Escola de Ciências Moleculares e Ciências da Vida da Universidade Curtin, na Austrália, em um comunicado.

A aranha não morreu de velhice, mas sim por uma picada de vespa.

Fora do comum

Como você pode ter imaginado, viver até os 43 anos é impressionante para uma aranha. A maioria das aranhas-alçapão só vive 20 anos.

Aranhas de outras espécies costumam viver ainda menos. A viúva-negra, por exemplo, tem uma expectativa de vida de apenas dois anos. A aranha-violinista (um tipo de aranha marrom) vive até os quatro, e a aranha-lobo vive por menos de um ano.

As aranhas maiores são mais bem-sucedidas em rastejar por aí por mais tempo. A aranha-golias-comedora-de-pássaros e várias espécie de tarântulas podem viver até os 25 anos.

Depois da “Número 16”, a segunda aranha mais velha conhecida é uma tarântula de 28 anos, encontrada no México.

O estudo

Os cientistas que estudaram a “Número 16” dizem que ela os ajudou a entender melhor o comportamento de um aracnídeo que pode ser encontrado em toda a Austrália, inclusive em jardins domésticos. Além disso, possibilitou compreender como as tensões da mudança climática e do desmatamento podem impactar a espécie como um todo.

O projeto de pesquisa para estudar aranhas-alçapão na região central do país foi lançado em 1974 pela cientista Barbara York Main, momento no qual a “Número 16” foi encontrada e monitorada.

“Através da pesquisa detalhada da Barbara, fomos capazes de determinar que a extensa vida útil da aranha-alçapão é devido às suas características de história de vida, incluindo como habitam arbustos nativos intocados, sua natureza sedentária e baixo metabolismo”, explicou Mason.

As fêmeas dessa espécie permanecem ao redor da mesma toca praticamente durante toda a vida, o que facilitou que os pesquisadores marcassem seu habitat e retornassem para verificá-la regularmente.

Todos ficaram tristes com a partida do animal. “Nós estamos realmente infelizes. Esperávamos que ela tivesse chegado aos 50 anos de idade”, comentou Mason. [Cnet, TheGuardian]

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