A origem evolutiva do parasita da malária pode ser mais antiga do que pensávamos.
Um novo estudo analisou um inseto de 100 milhões de anos preservado em âmbar, o que aponta para evidências de que a estirpe ancestral mais antiga da doença provavelmente já infectava dinossauros.
Paleohaemoproteus burmacis
A pesquisa é baseada em um mosquitinho-do-mangue do Cretáceo, que contém os restos de um parasita da malária extinto (Paleohaemoproteus burmacis), que tem muitas semelhanças com as espécies de Plasmodium de hoje, que causam a malária.
“Eu acho que a evidência fóssil mostra que a malária moderna espalhada por mosquitos tem pelo menos 20 milhões de anos de idade, e formas iniciais da doença, transmitidas por moscas, tem pelo menos 100 milhões de anos e são, provavelmente, muito mais velhas”, disse George Poinar Jr, autor da pesquisa, em um comunicado.
Teorias controversas
Poinar também suspeita que, como a malária se reproduz em insetos, os mosquitos são provavelmente os hospedeiros primários dessa doença.
Esta origem antiga da malária também pode apoiar uma das teorias mais controversas de Poinar. Ao invés do impacto de um asteroide – ou talvez em conjunto com -, ele sugere que a infecção parasitária pode ter contribuído para o declínio e eventual extinção dos dinossauros.
O pesquisador afirma que a evolução da doença tem potencial de ter tido um impacto enorme sobre os animais.
“Sabemos que eventos catastróficos aconteceram em torno desse tempo, como impactos de asteroides e fluxos de lava”, disse Poinar. “Mas ainda é claro que os dinossauros extinguiram-se lentamente ao longo de milhares de anos, o que sugere que outras questões também devem ter tido um papel. Insetos, patógenos microbianos e doenças estavam apenas emergindo nessa época, incluindo a malária”.
Estirpes mortais
Embora existam muitos tipos diferentes de malária que infectam diferentes organismos, poucos são mortais. Por exemplo, apesar de haver pelo menos seis diferentes espécies de Plasmodium que infectam seres humanos, chimpanzés e gorilas, apenas a variedade humana é mortal.
Previamente, descobriu-se que esta espécie é derivada de um tipo de malária que infecta gorilas.
Além disso, um estudo mais recente descobriu que as espécies mortais que afetam seres humanos não são velhas – a análise genética parece implicar que só nasceram por volta de 10.000 anos atrás. [IFLS]