Galáxia muito rara observada por astrônomos pode mudar o entendimento sobre Universo

Por , em 25.05.2020

Descrita como “anel cósmico de fogo”, imagem de um tipo muito raro de galáxia foi capturada por astrônomos. Ela existiu há 11 bilhões de anos. Com massa aproximada à da Via Láctea, a galáxia é circular com um buraco no meio e sua descoberta foi anunciada na publicação Nature Astronomy.

A galáxia nomeada R5519 fica 11 bilhões de anos-luz distante do Sistema Solar. O centro realmente massivo tem diâmetro duas bilhões de vezes maior do que a distância entre a Terra e o Sol. Ela cria estrelas com taxa 50 vezes maior do que a Via Láctea, de acordo com a pesquisadora do Australia’s ARC Centre of Excellence for All Sky Astrophysics in 3 Dimensions (ASTRO 3D), Tiantian Yuan. A maior parte da atividade ocorre no anel, por isso é, de fato, um anel de fogo.

A pesquisadora trabalhou com colegas da Austrália, Estados Unidos, Canadá, Bélgica e Dinamarca e para identificar a estrutura usou dados espectroscópicos coletados pelo Observatório WM Keck no Havaí, além de imagens gravadas pelo Telescópio Espacial Hubble da Nasa.

Essa descoberta pode afetar as teorias sobre a formação inicial de estruturas galácticas e como evoluem. Um objeto como esse nunca havia sido visto.

As evidências sugerem ser do tipo conhecido como galáxia de anel colisional, sendo essa a primeira localizada no universo primitivo. Existem dois tipos de galáxia em anel, as mais comuns se formam devido a processos internos. As colisionais se formam como resultado de encontros imensos e violentos com outras galáxias. Esse segundo tipo é mil vezes mais raro na região do Universo próxima a nós, do que o primeiro tipo.

As imagens dessa galáxia muito mais distante com origem de cerca de 10,8 bilhões de anos atrás, três bilhões de anos depois do Big Bang, indica que galáxias de anel colisional sempre foram incomuns. Para o co-autor Ahmed Elagali, estudar a R5519 pode ajudar a determinar quando as galáxias em espiral começaram a se desenvolver.

Kenneth Freeman, outro co-autor, disse que com essa galáxia olhamos para 11 bilhões de anos atrás, quando discos finos estavam se formando. Ele compara com o disco fino da Via Láctea que começou a se formar cerca de nove bilhões de anos atrás. Portanto o pesquisador considera que essa descoberta indica que a formação do disco nas galáxias espirais ocorreu por um período mais extenso do que foi pensado anteriormente. [Phys, ASTRO 3D, Nature Astronomy]

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