A tentativa de recorde de voar ao redor do mundo em um avião movido a energia solar já completou a sua primeira etapa.
A aeronave – chamada Solar Impulse-2 – decolou de Abu Dhabi chegando em Muscat, Omã, hoje, depois de um voo de 12 horas com o empresário e piloto Andre Borschbeg nos controles.
Ao longo dos próximos cinco meses, o avião solar vai pular de continente para continente, cruzando ambos os oceanos Pacífico e Atlântico, viajando do Mar da Arábia para a Índia, passando por Mianmar, China, Havaí e Nova York.
O plano é que o Solar-Impulse-2 pare em vários locais ao redor do globo, para descansar e realizar manutenção, além de fazer campanha sobre tecnologias limpas. São 12 paradas programadas na jornada épica, com um tempo total de voo de cerca de 25 dias.
Energia limpa – e barata
A previsão é de que a energia solar se torne a fonte dominante de energia em todo o mundo até 2050.
Os preços dos painéis solares caíram 70% nos últimos anos, e espera-se que esses custos ainda sejam reduzidos pela metade nesta década.
Com base nos preços atuais dos combustíveis fósseis, pode ser que a energia solar fique tão barata quanto eles em dois terços do mundo antes de 2020.
Futuro incerto
O empreendimento de volta ao mundo é dramático e assustador, e exigiu a construção de uma aeronave ainda maior do que o protótipo imaginado para a viagem, o Solar Impulse-1.
O novo modelo tem uma envergadura de 72 metros, o que é mais largo do que um Jumbo 747. No entanto, pesa apenas 2,3 toneladas. Seu peso leve é fundamental para seu sucesso.
Outra peça essencial desse quebra-cabeça é o desempenho das 17.000 células solares que revestem a parte superior das asas, bem como das baterias de lítio-íon altamente energéticas utilizadas para sustentar o tempo de voo do avião à noite.
Ao todo, o Solar Impulse-2 deve percorrer 35.000 quilômetros por todo o planeta. Simuladores de voo têm ajudado os pilotos a se preparar para os vários dias de desafio à frente, mas mesmo assim não é de todo certo que a aeronave terá sucesso. Modelos de computador sugerem que as travessias oceânicas são viáveis, dadas as condições climáticas adequadas, mas muitos fatores vão desempenhar um papel nessa jornada, que se for completada com honras, marcará um capítulo especial na história da tecnologia humana, da aviação e principalmente da energia solar. [BBC, Phys]