Você está acompanhando o Facebook nesta época de manifestações e acha que já viu de tudo? Bem, devo dizer você está enganado. Poderia apostar que você nunca ouviu falar de uma bebê que nasceu grávida – e de seus irmãos gêmeos.
Como isso é possível?
A condição do bebê, conhecida como “fetus-in-fetu”, é extremamente rara, ocorrendo em apenas cerca de 1 a cada 500.000 nascimentos. Ainda não está claro para a ciência exatamente por que isso acontece.
A Organização Mundial de Saúde considera que um pequeno feto encontrado dentro de uma criança pode ser uma espécie de teratoma, ou tumor, em vez de um feto em desenvolvimento normal.
Mas os médicos que trataram a bebê em questão acreditam que o que está dentro dela podem ser os restos de irmãos gêmeos que foram absorvidos durante a gravidez.
Falha no pré-natal
O bebê recém-nascido foi encaminhado para o Dr. Yu Kai-man, um obstetra e ginecologista no Hospital Queen Elizabeth, em Hong Kong, porque suspeitava-se de que ela tinha um tumor, de acordo com o relatório do caso. Um ultrassom pré-natal da mãe tinha revelado uma massa incomum dentro da criança, mas não ficou claro para os médicos exatamente o que era.
Durante a cirurgia de remoção, feita quando a menina tinha cerca de 3 semanas de idade, os cirurgiões descobriram dois fetos entre seu fígado e seu rim.
Um feto pesava 9,3 gramas e o outro 14,2 gramas – pesos correspondentes a gestação de cerca de 8 e 10 semanas, respectivamente. Cada um dos bebês tinha um cordão umbilical que ligava a uma massa similar a uma placenta na barriga da menina.
O bebê era, obviamente, muito jovem para ter concebido os fetos ela mesma.
Em vez disso, é provável que a garota era uma dos trigêmeos que estavam na barriga da mãe, disseram os pesquisadores. Em seguida, por alguma razão misteriosa, os dois pequenos fetos foram absorvidos pelo corpo da criança restante.
Os fetos provavelmente ainda estavam vivos e crescendo quando foram absorvidos. Só que uma vez dentro da menina, o seu desenvolvimento não pode prosseguir normalmente. Eles precisariam de fluxo placentário e espaço para se formarem normalmente.
Fuga de gêmeos?
De acordo com o Dr. Draion Burch, obstetra e ginecologista em Pittsburgh, nos Estados Unidos, a condição fetus-in-fetu pode, de fato, ser semelhante a um fenômeno surpreendentemente comum: a síndrome do desaparecimento de gêmeo. Em muitas gravidezes duplas, um dos gêmeos é completamente absorvido e “desaparece” dentro do corpo do outro.
Quando este é o caso, é possível verificar uma placenta extra, bem como um cordão umbilical a mais, na hora do parto.
Fetus-in-fetu
Existem apenas cerca de 200 casos na literatura médica que relatam esta condição. Em 2006, médicos no Paquistão removeram dois fetos de uma menina de 2 meses de idade chamada Nazia. E em 2011, um menino de 18 anos de idade teve seu gêmeo retido removido em uma cirurgia de grande porte.
Em casos raros, os fetos que morrem no útero podem se calcificar e se transformar em um cálculo. [livescience]