China se torna o maior consumidor de energia do mundo
Para aqueles que acompanham as relações internacionais e têm opinião de que a China irá mesmo tomar dos Estados Unidos o posto de nação mais poderosa do planeta, aí vai um argumento a mais: os chineses agora são os maiores consumidores de energia do mundo. O levantamento é da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
Se no quesito consumo eles só se tornaram os maiores do mundo agora, o título de maior emissor de gases de efeito estufa já era ostentado pela China desde 2007. Mas os chineses têm pouco o que comemorar, já que os dois motivos desse índice não são lá muito satisfatórios: O primeiro, é claro, é a população, são 1,3 bilhões de chineses contra pouco mais do que 300 milhões de norte-americanos. A outra razão é a ineficiência na distribuição: a China desperdiça muito mais energia do que os Estados Unidos antes que ela possa chegar aos consumidores. A China faz um mau aproveitamento de toda a energia gerada.
Apesar disso, a China de fato aumentou o consumo em uma velocidade maior do que os americanos. Foram consumidos pela China, em 2009, o equivalente a 2,252 milhões de toneladas de petróleo (claro que nem tudo é petróleo, é uma conversão que mensura todos os gastos de fontes como energia nuclear, hidrelétrica, carvão e os derivados do petróleo), 4% a mais que os EUA. Reflexos da acelerada industrialização, que também traz “títulos” pouco ostentáveis, como o de maiores poluidores do planeta.
Para atender a tal demanda, os chineses tiveram que dar grande capacidade às suas próprias fontes, razão pela qual a Itaipu Binacional, por exemplo, perdeu o posto de maior usina hidrelétrica do planeta para a Usina das Três Gargantas, no rio Yang-Tsé (ou rio azul). Apesar de elevarem suas próprias produções, os chineses também já começaram a ser acusados de explorar abusivamente a energia de países em desenvolvimento, como o gás natural do Cazaquistão (ex-república da União Soviética). A China também já é o maior comprador de petróleo da Arábia Saudita.
E até o carvão chinês, cuja produção sempre dava excedentes para exportação, neste ano ficará todo na China devido ao aumento do consumo. Pelo contrário, a China de repente se tornou o maior importador de carvão, com 115 milhões de toneladas, superando o Japão. Para resolver alguns problemas de desperdício na distribuição, a comunidade internacional quer que a China se insira na IEA, que busca soluções para melhorar o aproveitamento. Em alguns campos estatais estratégicos, os chineses continuam quase tão fechados quanto eram na época do comunismo. [Daily Tech]
1 comentário
Esse crescimento rápido pode ocasionar numa queda rápida também. A China cresceu desordenadamente e muito fechada. Juntando esses fatores com vários outros, uma grave crise interna pode ser criada e aí todo o crescimento vai pro buraco.