Descubra por que seu gato é tão seletivo na hora refeição

Por , em 15.06.2015

A ciência encontrou um motivo para os gatos serem tão frescos na hora da refeição. De acordo com um novo estudo, os receptores gustativos dos felinos respondem de uma maneira única a compostos amargos em comparação com os seres humanos. Os cientistas imaginam que essa capacidade evoluiu devido à sua utilidade na prevenção de compostos tóxicos frequentemente encontrados em plantas.

Todos os gatos, desde os bichanos que nós temos em casa até os tigres selvagens, são carnívoros que consomem pouco material vegetal. Os gatos domésticos podem ainda encontrar sabores amargos em outros alimentos e medicamentos.

“O gosto dos felinos não foi muito estudado até agora. Nós aplicamos nossa experiência em estudar as proteínas das membranas, tais como os receptores de sabor, para permitir este primeiro vislumbre de como os gatos domésticos percebem o sabor amargo em alimentos a nível molecular”, explica Joseph Rucker, co-autor do estudo.

Paladar seletivo

Dr. Rucker e seus colegas estudaram o comportamento de dois receptores diferentes dos gatos para o gosto amargo – o TAS2R38 e o Tas2r43 – em experimentos celulares, investigando sua capacidade de resposta aos compostos, e comparando-os com as versões humanas destes receptores.

“Ficamos surpresos ao ver que um dos receptores gustativos dos gatos respondeu a um leque mais limitado de compostos amargos em relação aos seres humanos, o que sugere que os gatos podem detectar um repertório mais estreio, ou pelo menos diferente, de compostos de gosto amargo”, afirma Rucker.

algumas pessoas têm variantes superdesenvolvidas do TAS2R38, um receptor de sabor amargo em humanos, que lhes dão uma extrema sensibilidade a compostos amargos, explicando fortes aversões a coisas como brócolis e couve de Bruxelas.

Aplicações

Uma das diferenças do paladar dos bichanos é a de ser insensível a sacarina, um adoçante artificial que tende a ter um sabor amargo em seres humanos.

“Enfrentamos o desafio de ter gatos mimados todos os dias. É emocionante encontrar uma resposta inesperada como essa, que nunca foi descrita na literatura até o momento”, comemora a coautora Nancy Rawson, da AFB International (EUA), uma empresa focada em alimentos para animais de estimação. “Estas percepções e descobertas serão de valor inestimável para a formulação de alimentos atraentes para os gatos, bem como para melhorar a aceitabilidade dos seus medicamentos”, aponta. [Sci-News]

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