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Chocolate poderia salvar o planeta? Veja como!

Chocolate – uma das melhores coisas da vida, certo?

Esse grão de cacau arrancado de uma árvore, cortado, assado, cozido e complementado com muito açúcar é, de fato, uma das top 10 invenções do mundo. Sólido, mas capaz de derreter na boca, esse alimento tem o poder de inundar nossos sentidos e, quem sabe, nos levar a ter menos filhos. Afinal, você já deve ter ouvido a máxima “chocolate é melhor que sexo”.

Se é mesmo melhor que sexo, a ciência não pode falar. Mas melhor que beijo podemos afirmar com categoria.

Em 2007, David Lewis, um psicólogo agora no Mindlab Internacional, do Reino Unido, recrutou um pequeno número de casais, todos com 20 e poucos anos, e colocou eletrodos em seu couro cabeludo para monitorar seus corações enquanto comiam chocolate amargo e se beijavam.

A ideia era comparar o efeito das duas coisas sobre seus corpos. Não foi um grande estudo (somente seis casais participaram) e os resultados ainda não foram replicados, mas com certeza são significativos: ambos o beijo e o chocolate aumentaram as taxas de batimentos cardíacos dos casais, mas o efeito do chocolate foi mais duradouro e poderoso.

“Em muitos casos, durou quatro vezes mais tempo que o beijo mais apaixonado”, afirma Lewis. “Mesmo com cafeína, açúcar e estimulantes, o poder do chocolate realmente nos surpreendeu”.

O estudo também constatou que, conforme o chocolate começou a derreter, todas as regiões do cérebro receberam um impulso muito mais intenso e mais duradouro do que a emoção observada com o beijo.

Estes resultados podem sugerir, como a frase popular, que, pelo menos para alguns, chocolate é melhor do que sexo.

Só para aumentar a polêmica, 16 dos 20 países com maior consumo de chocolate estão localizados no norte da Europa. A não ser por duas exceções (Irlanda e França), as mulheres nos países mais amantes de chocolate têm, em média, menos de dois bebês, o que é abaixo da taxa de substituição da população. Se os números continuarem assim, esses países vão ficar decididamente menores no futuro – o que parece uma tendência contrária à vista a nível global, já que a Terra está explodindo de gente.

Top 10 dos países mais consumidores de chocolate, seguido da taxa de consumo de chocolate per capita (kg) e da taxa de fertilidade:

  1. Suíça: 11,9 e 1,52;
  2. Irlanda: 9,9 e 2,01;
  3. Reino Unido: 9,5 e 1,9;
  4. Áustria: 8,8 e 1,44;
  5. Bélgica: 8,3 e 1,79;
  6. Alemanha: 8,2 e 1,38;
  7. Noruega: 8,0 e 1,85;
  8. Dinamarca 7,5 e 1,73;
  9. Canadá 6,4 e 1,61;
  10. França: 6,3 e 2,01.

Claro que não há nenhuma ligação causal – pelo menos cientificamente comprovada – entre maior consumo de chocolate e menos bebês. Existem muitas outras coisas que afetam a taxa de fertilidade de um país. Mas é um pensamento provocante, não?

Outra coisa a se reparar é que esses países são frios. Não há nenhum país tropical na lista dos maiores amantes de chocolate. Isso pode ser devido ao fato de que chocolate não tem um gosto tão bom quando está quente. Derreter na boca é uma coisa, nas prateleiras é outra. Colocar na geladeira também estraga um pouco da experiência de comer um chocolate.

“Este problema pode explicar, talvez, porque os mesoamericanos, os primeiros a inventarem o chocolate nos trópicos, nunca criaram uma barra sólida, apenas o consumiram como uma bebida”, opina o cientista de materiais Mark Miodownik.

Quem sabe a solução para superpovoação do planeta seja o chocolate. Quão interessante não seria um experimento que disponibilizasse chocolate para os jovens de todo o mundo e esperasse uma geração para ver o que acontece? [NPR]

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