De acordo com autoridades, daqui a 20 anos talvez ainda não tenhamos a cura do câncer, mas a moléstia será apenas uma doença crônica. Isso quer dizer que ela será facilmente prevenida e controlada.
A partir dos 12 anos, cada criança passará por testes sanguíneos que irão mostrar as suas probabilidades de desenvolver a doença, por meio do DNA. Depois que esses testes estejam prontos, e o tipo de câncer que a pessoa possa desenvolver seja identificado, serão recebidas instruções de dietas e de tratamentos preventivos (como “coma mais tomates”, “pare de fumar”, etc.). Sendo assim, quem tem predisposição ao câncer conseguirá preveni-lo.
E aqueles que, por uma razão ou outra, chegarem a desenvolver o câncer, não precisarão passar por tratamentos tão radicais quanto os atuais. As pessoas não ficarão internadas no hospital. O câncer será uma parte comum da vida do paciente, como a diabetes. Eventualmente, ser diagnosticado com câncer não será uma experiência tão ruim e traumática.
Se você acha que isso é uma visão otimista demais, é só conferir os progressos que a medicina tem feito. Há 1,3 milhões de pessoas vivendo na Grã-Bretanha que já tiveram câncer. Muitas formas de câncer que, há alguns anos, eram fatais, agora podem ser tratadas. Melhores programas de acompanhamento, exames e diagnósticos mais exatos e remédios mais eficientes também contribuíram.
Segundo o professor Karol Sikora, reitor da Faculdade de Medicina da Universidade de Buckingham médico especialista responsável pelas previsões anteriores, há quatro grandes oportunidades, e desafios, que temos pela frente:
- Tecnologia – o progresso continuará no ritmo atual, se não mais acelerado. Veremos novos tipos de cirurgia (e a aposta é na nanotecnologia, que permite a realização de procedimentos que não deixam cicatrizes). Espera-se também inovações em radioterapia e em remédios que conseguirão “mirar” nas células que estão danificadas.
- Diagnóstico – programas de identificação de tumores, principalmente em casos de câncer de mama e cervical, já pouparam muitas vidas. Mas podemos esperar que esse tipo de exame possa descobrir mais tipos de tumores. Um kit de análise de DNA está, atualmente, custando mil dólares. Os preços estão caindo e, se tornando mais acessíveis, também podem se tornar formas mais eficazes de diagnóstico.
- Custo – esse é o “desafio”. Afinal, de que adianta termos novas tecnologias se o povo não pode pagar por elas? Precisaremos de novos programas de planos de saúde e de incentivos à pesquisa e ao uso dessas novas tecnologias por parte do governo.
- Atendimento – mesmo com os tratamentos pagos, alguém precisa aplicá-los nos pacientes. Precisaremos de médicos mais qualificados e de formas de integrar o tratamento hospitalar com o domiciliar, já que o plano é fazer com que o tratamento não atrapalhe a rotina do paciente. [Telegraph]