D-Wave Systems, a empresa canadense que vendeu um computador quântico para a Lokheed Martin e foi criticada por vender equipamentos que não têm a performance esperada (ou prometida) de um computador quântico, está de novo nas manchetes.
Desta vez, um de seus equipamentos foi testado para problemas de otimização, que são problemas que demandam muito poder computacional. Quem fez o teste foi a professora Catherina C. McGeoch, do Amherst College. O resultado do teste foi animador, segundo a professora: o D-Wave foi 3.600 vezes mais rápido que computadores de alta performance.
Isso prova que o computador funciona? Sim, nesse caso, ele funciona.
Mas esta não é toda a história. O teste não prova que o computador é um computador quântico; a professora McGeoch testou apenas a velocidade do equipamento, não sua tecnologia. “Eu estou mais interessada em o quão boa é esta máquina, não se é ou não quântica”.
O problema de otimização pode ser comparado ao problema do caixeiro viajante: um caixeiro viajante tem algumas cidades a visitar, e precisa de um roteiro de viagem que seja o mais rápido possível, consuma menos energia, e não deixe nenhuma cidade de fora.
Não se engane com a simplicidade da declaração do problema: quanto maior o número de cidades e de ligações entre elas, maior o tempo que o seu computador vai levar para chegar à melhor solução – o número de possíveis caminhos aumenta exponencialmente com o aumento do número de cidades e caminhos.
Com isso, não é difícil que haja casos em que a solução demoraria mais tempo para ser encontrada do que a expectativa de vida do universo (alguns trilhões de anos) usando computadores normais (não quânticos).
A professora McGeoch, que tem mais de 25 anos de experiência em testar a velocidade de computadores, apresentou ao D-Wave três problemas diferentes envolvendo otimização. Em dois deles, o D-Wave foi um pouquinho mais rápido, e no terceiro, a diferença de velocidade foi notável.
O D-Wave resolve problemas de otimização colocando-os em um contexto de consumo de energia: a menor energia necessária para chegar a uma solução, que se acredita ser obtida rapidamente através de processos quânticos, é a resposta. Segundo a professora McGeoch, o chip da D-Wave teve boa performance e pode ter melhores resultados no futuro, com chips mais poderosos.
O artigo “Experimental Evaluation of an Adiabatic Quantum System for Combinatorial Optimization” (Avaliação Experimental de um Sistema Quântico Adiabático para Otimização Combinatória) já foi apresentado em palestras no Amherst College, e será apresentado novamente na ACM International Conference on Computing Frontiers 2013, que acontece nos dias 14 a 16 de maio. [Blog Bits – NYTimes]