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É por isso que você não pode remover a cera do ouvido em casa

Elas podem ser encontradas nos banheiros da maioria das pessoas e são o pesadelo dos otorrinolaringologistas. Apesar de parecerem inocentes e tão anatomicamente perfeitas para serem colocadas no canal auditivo, as pessoas devem resistir à esta tentação e não enfiá-las no ouvido. As embalagens já dizem: “Não introduza a haste no canal do ouvido nem dentro do nariz”. Sim, estamos falando das hastes flexíveis com algodão nas pontas.

Uma reclamação ouvida com frequência pelos médicos que tratam doenças dos ouvidos é que depois de tentar limpar o ouvido com cotonete, a cera acabou indo parar ainda mais para o fundo do ouvido e a audição ficou prejudicada. Pior ainda, alguns pacientes chegam a perfurar o tímpano com as hastes.

Apesar de a cera ser desagradável, ela existe por um motivo, e não é necessário ficar tirando-a à força do canal auditivo – a não ser que o médico recomende isso e faça o procedimento no consultório, com equipamentos corretos. Ela impede que poeira e sujeira cheguem até o tímpano, e sai sozinha do ouvido quando está na hora.

Com os movimentos do mandíbula e com o crescimento de nova pele, a cera antiga vai sendo empurrada para fora, e acaba saindo de forma natural na hora do banho ou durante o sono. Basta enxugar a parte externa da orelha com uma toalha ou lenço de papel depois do banho para limpar o excesso.

Em algumas pessoas, porém, há a formação excessiva dessa cera, e pode ser necessário fazer uma lavagem em consultório. Quando feita por um médico, a limpeza é indolor e rápida, com alívio sintomático na hora.

Segundo a Academia Americana de Otorrinolaringologia, cerca de 10% das crianças, 5% dos adultos e 33% dos idosos precisam de uma ajudinha do médico para se livrar o excesso de cerúmen dos ouvidos, mas todas as outras pessoas podem deixar que o próprio ouvido cuide desta tarefa. A maioria vai passar a vida toda sem precisar passar por uma lavagem no canal auditivo.

Você deve procurar um médico se sentir dor, coceira, zunido, sensação de ouvido cheio de água, se perceber que não está ouvindo bem ou se notar odor ou secreção.

Vício em cotonete


Este não é um problema recente, e existe desde antes da invenção do produto, que foi lançado em 1923, quando as pessoas improvisavam suas próprias hastes em casa, com palito de dentes e algodão. Muita gente recorre a grupos na internet para tentar superar este vício, e relata uma coceira ou sensação de sujeira que só passam com o uso do cotonete.

Este vício começa por causa das terminações nervosas altamente sensíveis que estão em nossos ouvidos. A estimulação desses nervos traz prazer e pode se tornar viciante. Algumas pessoas que sofrem com este hábito ruim dizem passar mais de meia hora por dia esfregando o cotonete no canal auditivo.

Mas como se livrar desse vício? Se você não conseguir parar do dia para a noite, comece limitando o uso das hastes. Para controlar a profundidade da inserção no canal auditivo, segure com os dedos a região em que o algodão toca na haste plástica, e não a coloque mais fundo que isso. Não tente fazer uma lavagem do canal em casa, pois isso traz riscos de ruptura do tímpano. Não use a técnica da vela para retirar a cera, já que os ferimentos mais comuns incluem queimaduras e obstrução do canal com cera de vela derretida, e até perfuração do tímpano.

E por que esse produto ainda é vendido se faz mais mal do que bem para o ouvido? O uso das hastes flexíveis com algodão na ponta é indicado para aplicar medicamentos na pele, aplicar e remover maquiagem, limpar as dobrinhas da pele do bebê, entre outros. [Ear Audities, Science Alert, Healthy Hearing, Steady Health]

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