Um tipo completamente novo de câmera consegue olhar dentro do corpo humano

Por , em 8.09.2017

Pesquisadores criaram um novo tipo de câmera que pode realmente ver dentro do corpo humano, detectando fontes de luz através de até 20 centímetros de tecido corporal.

O protótipo atual, desenvolvido por cientistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, trabalha em conjunto com endoscópios – instrumentos longos e delgados muitas vezes equipados com câmeras, sensores e luzes para entrar dentro de cavidades do corpo humano.

Os endoscópios são ferramentas valiosas para todos os tipos de procedimentos médicos, mas até agora tem sido difícil confirmar externamente o local exato dentro do corpo o qual ele está olhando, sem recorrer a coisas como raios-X.

Agora, isso não é mais um problema, devido à capacidade da nova câmera de detectar fontes de luz dentro do corpo.

O diferencial

Graças a milhares de detectores de fótons integrados dentro da câmera, o dispositivo pode detectar partículas individuais de luz sendo transmitidas através do tecido humano.

Quando os fótons entram em contato com as estruturas corporais, a luz geralmente dispersa ou salta em torno da região. Isso dificulta a identificação de sua localização.

No novo aparelho, a câmera consegue conciliar sinais de luz que chegam diretamente à ela com os fótons dispersos, que percorrem distâncias mais longas e demoram mais para alcançá-la, sendo capaz de determinar onde o endoscópio está dentro do corpo.

Esta técnica, que diferencia fótons dispersos dos balísticos (diretos), é chamada de imagem balística, e pode ajudar os médicos a entender a localização exata que estão olhando com o endoscópio – o que é extremamente valioso em termos de tratamentos.

Avanço

Na imagem abaixo, você pode ver um exemplo da luz que a câmera detecta, aplicada em pulmões de ovelhas:

A imagem à esquerda é o que o protótipo vê, com a imagem balística revelando a localização precisa do instrumento nos pulmões. À direita, a imagem revela como a mesma cena se parece a uma câmera convencional, com o sensor pegando muito “ruído” em termos de luz dispersa, incapaz de determinar de onde os fótons estão se originando.

Esse estudo faz parte de um projeto colaborativo e multi-institucional chamado Proteus, que está pesquisando uma série de novas tecnologias de imagem para ajudar a visualizar segredos biológicos previamente invisíveis, com foco em doenças pulmonares e respiratórias.

As descobertas foram relatadas em um artigo publicado na revista científica Biomedical Optics Express. [ScienceAlert]

2 comentários

  • Claudiomar Santos:

    Isto poderia ser feito de forma mais fácil talvez mais eficiente… . Um micro gerador de som na sonda e um microfone por fora localizando.

    • Cesar Grossmann:

      Vai lá, Claudiomar, inventa este troço!

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