4 objetos completamente exóticos são encontrados no espaço profundo e diferentes de tudo que já vimos antes

Por , em 9.07.2020

Objetos muito incomuns foram observados no espaço profundo por astrônomos. São objetos de que emitem fracas ondas de rádio, tem formato muito circular e brilham mais forte nas suas bordas, como anéis. São completamente diferentes de todo tipo de astro já observando anteriormente.

Eles receberam o nome de odd radio circles (ORC, estranhos círculos de rádio, em tradução livre) por causa de sua singularidade. Pesquisadores ainda não foram capazes de determinar quão distante estariam os ORCs, mas poderiam estar relacionados a galáxias distantes. Eles foram observados fora do plano do disco da Via Láctea e parecem pequenos no nosso céu: tem cerca de um minuto de arco de diâmetro. A lua, por exemplo, aparece 31 vezes maior no céu.

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Várias hipóteses para explicar a natureza dos objetos são listadas em um novo artigo científico, no entanto não há sequer uma que se encaixe com perfeição nestas novas ORCs observadas. Após eliminar inúmeros fenômenos a especulação dos pesquisadores sobre os objetos gira em torno de ondas de choque de acontecimentos fora da galáxia ou emissões de rádio de alguma galáxia.

Mas os objetos incomuns podem indicar algum fenômeno completamente desconhecido, de acordo com Kristine Spekkens, astrônoma da Queen’s University e da Royal Military College, ambas no Canadá, que não teve participação no estudo. Segundo ela é possível que seja um novo objeto de alguma classe de objetos já conhecidos, mas que ainda não tivemos condições de investigar.

De acordo com a astrônoma é possível que fenômenos distintos sejam a causa dos objetos. Os quatro ORCs brilham no comprimento de ondas de rádio, mas não conseguimos detectá-los em luz visível, raios-x ou infravermelho. Isso pode sugerir que eles tenham sido criados pelas suas galáxias. Dois destes ORCs estão muito perto um do outro, o que indica que suas origens pode estar conectadas.

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Como até agora só temos notícia de quatro destes singulares objetos os pesquisadores não tem dados suficientes para determinar exatamente a natureza deles. No entanto as investigações estão apenas começando e os especialistas esperam encontrar mais deles.

Ao combinar a capacidade de ver objetos de rádio fracos com um olhar amplo, a pesquisa é posicionada de forma exclusiva para encontrar novos objetos. Os cientistas da UEM previram que o projeto encontrará cerca de 70 milhões de novos objetos de rádio – ampliando o catálogo atual de cerca de 2,5 milhões.

O trabalho, que pode pode ser lido no arXiv, foi submetido para publicação na revista científica Nature Astronomy, onde ainda passa pelo processo de revisão. [LiveScience]

2 comentários

  • ENAX:

    “Objeto” detectável apenas pela emissão de ondas de rádio é como um fantasma cósmico. Você sabe que está lá, mas não vê. Enquanto não houver uma “revolução” na forma como o ser humano vê o cosmos, com telescópios superpoderosos instalados no espaço (poderia ser na lua ou ao lado da estação espacial internacional) continuaremos vendo fantasmas…

    • Cesar Grossmann:

      Considerando que “ver” é “detectar a radiação eletromagnética” e as ondas de rádio são radiação eletromagnética, objetos que brilham na faixa do rádio estão sendo “vistos” quando detectados. Eles não brilham na faixa do visível do espectro eletromagnético, mas continuam brilhando.

      O que você está dizendo é o mesmo que dizer, por exemplo, que se alguma coisa brilha só na faixa do infravermelho, então ela não está lá, é só um fantasma. E aí você pega em uma barra metálica a 100°C no escuro, e descobre que o fantasma queima a tua mão…

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