Durante uma expedição paleontológica de 9 a 14 de agosto, em Yakutsk, na Rússia, arqueólogos e cientistas da Universidade de Kindai, no Japão, e da Universidade Federal do Nordeste M. K. Ammosov, na região da Yakutia, se surpreenderam ao encontrar um fóssil Paleolítico de um cavalo com idade estimada em 40 mil anos.
O fóssil estava congelado na cratera Batagaika, popularmente conhecida como “portal para o mundo subterrâneo”. A cratera é uma depressão que conta hoje com aproximadamente um quilômetro de comprimento, 800 metros de largura, 100 metros de profundidade e segue se expandindo anualmente.
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O que torna essa descoberta tão importante?
O primeiro fator de grande relevância que surpreendeu os cientistas foi o perfeito estado de conservação do fóssil. Casco, crina, cauda e até mesmo órgãos internos continuam intactos. Acredita-se que isso foi ocasionado pelo pergelissolo em que o animal foi encontrado, um tipo de solo da região do Ártico constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados.
A idade aproximada do potro quando morreu é de dois a três meses e não foram encontrados ferimentos ou outras lesões que pudessem sugerir a causa de sua morte. “Especialistas que participaram da expedição apresentaram uma versão de que o potro poderia ter se afogado após entrar em algum tipo de armadilha natural”, explicou Grigory Savvinov, da Universidade Federal do Nordeste M. K. Ammosov
Graças ao excelente estado de conservação do fóssil, os pesquisadores coletaram amostras de pelo, fluidos biológicos e até amostras do solo onde ele foi encontrado. Com isso poderão realizar uma série de testes que darão informações de como o animal viveu e até mesmo o que comia, coletando e analisando o conteúdo de seu sistema digestório. ”Vamos estudar o conteúdo de seu intestino para entender a dieta do potro. A autópsia será realizada mais tarde”, disse Grigory Savvinov para o Siberian Times.
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O segundo fator é a espécie do animal, que, de acordo com os pesquisadores, é distinta das que vivem atualmente na região de Yakutia. Trata-se de um Equus lenensis (cavalo de Lena), que habitava a região aproximadamente 30 mil a 40 mil anos atrás no final do período Pleistoceno. Hoje ela está extinta, sendo conhecida apenas a partir de restos mumificados encontrados no pergelissolo. “Quero enfatizar que esse é o tipo de cavalo que povoou a Yakutia entre 30 mil e 40 mil anos atrás”, destacou o diretor do museu Yakutia Mammoth, Semyon Grigoryev.
Além do potro descoberto em 11 de agosto, a equipe russo-japonesa da expedição anunciou em 13 agosto a descoberta de um esqueleto de mamute lanoso em bom estado, inteiro e com tecidos moles. Os dois animais serão usados como tema de pesquisa em trabalhos futuros.