Extinção: metade dos animais da Terra morreram desde a década de 1970
Não são apenas os elefantes e rinocerontes. Os animais selvagens em geral sofreram uma baixa absurda ao longo das últimas décadas. Enquanto a população humana praticamente dobrou, o número de animais caiu pela metade.
O problema da extinção animal
Metade dos vertebrados da Terra – entre eles aves, répteis, anfíbios e peixes – desapareceram entre 1970 e 2010, de acordo com um estudo promovido pelo grupo de conservação WWF, mundialmente conhecido como “Living World Study” (“estudo do mundo vivo”, em tradução livre).
“Todos nós temos um interesse, e uma responsabilidade, em agir para garantir a proteção de algo valioso a todos nós: um futuro saudável para as pessoas e para a natureza”, disse David Nussbaum, presidente-executivo da WWF no Reino Unido.
O último relatório do grupo, lançado em 2012, tinha colocado o declínio ao longo dos últimos 40 anos em apenas 30%. Mas o recente estudo, feito com base em estatísticas mais detalhadas, descobriu que a real queda média foi de 52%. Em alguns grupos de animais, a perda foi ainda mais dramática: populações de peixes de água doce, por exemplo, caíram em 75%.
Entre os mais atingidos, estão os elefantes da floresta na África Ocidental e Central, que tiveram sua população reduzida em 60% desde 2002, devido principalmente à caça furtiva. Em Gana, o número de leões no Parque Nacional Mole despencou 90%.
A culpa é de quem?
Para o WWF, a culpa de toda essa perda é da atividade humana, especialmente por conta do desmatamento, pesca predatória e caça. As mudanças climáticas, que também são intensificadas pela atividade humana, foram apontadas como responsáveis por esse praticamente assassinato em massa.
O relatório foi feito com base em estatísticas da sociedade London Zoological, que conta com a análise de 10.380 populações de 3.038 espécies.
A situação consegue ser ainda pior nos países mais pobres. Nas nações mais ricas, foi verificado um aumento no número de animais selvagens de 10%. No entanto, isso pode ser, em parte, porque a maioria dos danos nessas nações foi feito antes de 1970, diz o relatório. Ele também disse que os países ricos estão terceirizando a perda de biodiversidade para os países pobres pelos produtos que compram, como óleo de palma, que são insustentáveis.
“A escala da perda de biodiversidade e danos aos próprios ecossistemas que são essenciais para a nossa existência é alarmante”, lamenta o professor Ken Norris, diretor da sociedade London Zoological. “Esse dano é uma consequência da forma que escolhemos viver. Embora o relatório mostre que a situação é crítica, ainda há esperança”, comenta. [Forbes]
3 comentários
Correção: E com a população crescente e a demanda maior por energia, veremos os seres humanos incluídos entre os animais em extinção.
E com a população crescente e a demanda maior por energia veremos os seres humanos incluindo entre os animais em extinção.
Nossos recursos naturais, nossa maior riqueza. Destruir esse patrimônio em nome do capital, ironicamente nos deixará mais pobres.