Veja um ataque de um ancestral de lula de 200 milhões de anos a um peixe pré-histórico

Por , em 11.05.2020

Close up mostrando a cabeça e o corpo danificados de um peixe antigo, com os braços da lula ancestral

Um fóssil raro descoberto na costa do Reino Unido preservou o ataque de um ancestral de uma lula à cabeça de um peixe pré-histórico, 200 milhões de anos atrás.

A batalha atlântica brutal não terminou bem para ninguém: ambos os animais morreram em um abraço mortal, e seus corpos entrelaçados foram fossilizados juntos no fundo do mar.

Predador versus presa

Este é o mais antigo exemplo de uma criatura do tipo lula atacando uma presa.

O cefalópode tinha dez tentáculos com espécies de “ganchos”, e enrolou seus longos braços em volta do peixe para esmagar sua cabeça.

De acordo com Malcolm Hart, paleontologista da Universidade de Plymouth (Reino Unido) e principal autor do novo estudo, fósseis de animais predando vítimas são extremamente incomuns.

“Isso aponta para um ataque particularmente violento, que parece ter causado a morte e a subsequente preservação de ambos os animais”, disse em um comunicado à imprensa.

Os animais

O fóssil foi originalmente descoberto no século XIX e estava em exibição em um museu britânico. Quando Hart notou o ataque aquático eternizado, decidiu reexaminá-lo para determinar seus detalhes.

A equipe do estudo definiu que a criatura predadora era um coleoide (Coleoidea é uma subclasse da classe Cephalopoda), uma espécie de ancestral da lula moderna, chamado Clarkeiteuthis montefiorei. Tinha cerca de 40 centímetros de comprimento.

Sua presa, por sua vez, era um peixe de 20 centímetros nomeado Dorsetichthys bechei.

O incidente ocorreu entre 190 e 199 milhões de anos atrás, o que é anterior ao segundo fóssil mais antigo que mostra um ataque de coleoide, por pelo menos dez milhões de anos.

Morte dupla

A posição dos animais fossilizados sugere que eles morreram juntos, ao invés de serem ocasionalmente preservados um ao lado do outro.

Imagem que mostra o fóssil completo com o corpo da lula à esquerda e seus braços, com o peixe preso, à direita

Os pesquisadores têm duas hipóteses que podem explicar por que o predador não somente não conseguiu jantar, como pereceu na tentativa.

Uma delas é que a antiga lula foi muito gananciosa: o peixe era muito grande para ela, e ficou alojado em seu bico. Com a morte do animal, eventualmente, o par afundou para o chão do mar junto.

Outra teoria é de que, após atacar sua presa, o cefalópode se dirigiu ao fundo do mar de propósito, para evitar predadores. No entanto, acabou em uma parte do oceano com muito pouco oxigênio e sufocou.

Um artigo sobre a descoberta foi publicado na revista científica Proceedings of the Geologists’ Association. [BusinessInsider]

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