A missão de um homem de fotografar 12.000 espécies antes que elas sejam extintas
Joel Sartore é um fotógrafo no meio de uma missão pessoal muito bonita: documentar 12.000 espécies em cativeiro antes que elas desapareçam da face da Terra.
O objetivo é aumentar a conscientização sobre esses animais, e a ameaça de extinção que muitos deles enfrentam.
A ideia
Sartore é um contribuinte da National Geographic há 20 anos, fotografando em lugares desde seu estado americano natal, Nebraska, até as planícies de Uganda.
Ele sempre teve uma paixão por conservação da natureza, mas sentiu que não estava tendo muito impacto sobre as mudanças em curso e as taxas de extinção cada vez mais rápidas.
Assim, começou a pesquisar a obra de grandes artistas conservacionistas como James Audubon, que tentou pintar e descrever todas as espécies de aves da América. A missão de Audobon inspirou Sartore a começar seu próprio catálogo ambicioso dos animais que ele tanto ama.
Segundo estimativas, estamos no meio da sexta extinção em massa, e 30 a 50% das espécies do mundo serão eliminadas até o final do século. Como é impossível saber quais animais não estarão conosco no futuro, Sartore decidiu fotografar todos que pudesse.
5.600
Ele iniciou o projeto uma década atrás, capturando com suas lentes um rato-toupeira-pelado em um jardim zoológico de Lincoln, Nebraska.
Até agora, já visitou 250 zoológicos, aquários, centros de reabilitação animal e outros locais, onde fotografou 5.600 espécies. Faltam ainda 6.400.
Seus retratos são simples e íntimos, sempre contra um fundo preto ou branco. Embora o público goste mais dos grandes felinos e elefantes, o coração de Sartore pertence às criaturas menores, como os brilhantes sapos venenosos.
Os enquadramentos que escolhe permitem que a personalidade de cada animal registrado venha à tona. “Todas as criaturas grandes e pequenas são iguais neste fundo”, diz.
As dificuldades
Apesar de estarem em cativeiro, esses animais são selvagens e podem ser um pouco imprevisíveis. No início do projeto, Sartore tentou fotografar chimpanzés contra um fundo de papel colado na parede, mas um deles rasgou todo o painel enquanto os outros riam descontroladamente.
Para evitar ser mordido, arranhado, pisoteado e tudo o mais, Sartore age rapidamente. Depois de arrumar o fundo e as luzes, gasta apenas alguns minutos com cada animal. Os modelos, é claro, nem sempre ajudam. “Eles não se sentam e raramente prestam atenção”, conta o fotógrafo. “Então, é tudo uma questão de sorte e esperar que eles olhem pra mim algumas vezes”.
Para promover seu trabalho e sua mensagem, Sartore tem escrito livros, dado discursos e até mesmo exibido suas imagens no Empire State Building e no Vaticano.
Apesar disso, ele considera mídia social sua ferramenta mais poderosa, por seu alcance instantâneo e enorme.
25 animais cativantes em ameaça de extinção
A dedicação de Sartore com seu projeto continua tão forte como quando ele começou, e o artista espera passar o resto de sua vida fazendo isso.
“Quando as pessoas me perguntam qual é meu animal preferido para fotografar, eu sempre digo o próximo”, conclui.
Veja algumas das belas espécies que Sartore conseguiu imortalizar: [Wired]