Fotos elétricas são criadas com 80 mil volts

Por , em 1.07.2009

Esqueça aquela ideia de um fotógrafo da natureza enfiado no meio da floresta, esperando pela luz perfeita. Robert Buelteman trabalha em estúdio, na escuridão total, largando mão de câmeras, lentes e computadores. Ele usa, na verdade, fibras ópticas e 80 mil volts de eletricidade. O resultado é uma série de fotos incríveis, que registram a vida dos objetos da foto ao mesmo tempo em que os mata.

A técnica de Buelteman é uma extensão de uma técnica comum na década de 30, que usava alta voltagem também, chamada fotografia Kirlian. O processo é tão trabalhoso e perigoso que quase ninguém consegue fazer – mesmo que faça todos os passos do trabalho.

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Buelteman começa pegando flores, folhas e galhos e “descascando-os” com um bisturi até que eles fiquem translúcidos. Depois cada objeto é colocado em um filme de transparência e coberto com uma tela de difusão. Isso é então colocado sobre um pedaço de metal que fica flutuando no silicone líquido. Esse conjunto recebe um impulso elétrico, e os elétrons “dançam” pulando da placa de metal, através do silicone e da planta – e, com sorte, não através de Buelteman.

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Neste momento, o gás que circula o objeto da foto é ionizado, deixando para trás imagens etéreas. O fotógrafo então pinta o resultado com uma luz branca que passa através de uma fibra ótica com a espessura de um fio de cabelo humano, um processo tão complicado que pode demorar até 150 tentativas para ter sucesso.

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Como nenhuma lente distorce as cores, o trabalho de Buelteman reproduz as matizes das cores naturais diferente das fotografias tradicionais. “Coloco em questão o que vemos todos os dias”, diz o artista. “Isso é realmente uma flor? Fui cego durante toda a minha vida?”, questiona. [Wired]

ATUALIZAÇÃO: O leitor Caio descobriu o flickr do Robert com muito mais imagens impressionantes.

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14 comentários

  • Jojo Lima:

    Queria saber como ficaria a foto de algumas pessoas “queridas”, feitas com este processo 😛

  • Hercules Lima:

    Elementar. A kirliangrafia foi descoberta por Nikola Tesla e divulgada por Semion Kirlian no início do século XX. Eu mesmo já fiz muitas fotos com esse processo. Nunca precisei de 150 tentativas. É tão fácil obter tais fotos. O perigo de alta voltagem deixa de existir quando se utiliza alta frequência, pois ela diminui os riscos. Aliás, nem precisa utilizar dezenas de milhares de volts. 2000V já são suficientes e vc consegue com uma simples bobina tesla (a mesma utlizada no seu automóvel).

  • Dennys Fernando Selenko:

    Olha a cannabis sativa na penultima foto aí geeente.

  • Liel Pires Ribeiro:

    Nunca fui criativo assim. Até porque não tenho algun equipamento que gere tantos volts assim…

  • Joselito:

    O Photoshop é “poda” !

  • anaclara:

    Afoto nú´mero 1 é meio brega!!!

  • Renato Bueno:

    Fotografia 6 parece muito um pé de cannabis macho. hehehehe

  • Marisa:

    Que belo trabalho. Maravilhoso. Para ser feito por quem entende do assunto. Adorei.

  • Caio:

    Encontrei o flickr desse cara com mais fotografias:
    http://www.flickr.com/photos/28838851@N04/

    É simplesmente impressionante.

  • Rafael:

    Desde quando fibra ótica transmite eletricidade??????

  • Carlos:

    a sexta foto de baixo p/ cima ficou muito legal, mas se tocar fogo fica melhor, fica a dica!
    belas fotos

  • Tomas:

    Tinha que ter uma folha de marijuana… rofl

  • Clement:

    A Kirliangrafia assim como a emissão de frequências são técnicas muito interessantes e que eu trabalho há mais de 10 anos.
    Justamente a eletricidade com sorte, não atravessa Buelteman, pois além da alta voltagem estas fotos foram feitas com alta frequência, o que permite que o contorno dos objetos fiquem mais evidentes, e os elétrons “pulam” de um lado a outro das placas de modo tão rápido que sobra muita energia cinética para ionizar o ar circunjacente e realizar a foto.
    Agora, eu nunca havia ouvido falar sobre o uso de uma luz branca que passa através das partes a serem fotografadas…

    Acredito que há uma frequência correta da eletricidade, para cada planta ou objeto a ser fotografada e isto pode contribuir para evitar de se fazer até 150 tentativas para ter sucesso na foto.

  • Lázaro:

    O resultado é impressionante…

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