Um garoto de 12 anos aparentemente criou uma reação nuclear no quarto de brinquedos de sua família, no Tennessee (EUA), em janeiro de 2018.
Segundo o jornal The Guardian, isso faz dele o mais jovem a ter alcançado tal feito, reconhecido pelo Open Source Fusor Research Consortium, um grupo de entusiastas nucleares.
O experimento
Jackson Oswalt, agora com 14 anos, construiu uma máquina que gera um plasma no qual ocorre a fusão nuclear – não dividindo um átomo, mas sim esmagando átomos para formar átomos mais pesados.
O princípio básico de fusores como este é que eles usam ímãs para suspender isótopos de gás hidrogênio no vácuo, depois bombeiam uma tonelada de eletricidade para superaquecer a mistura até que os átomos comecem a se fundir em hélio.
Para provar que a fusão ocorreu, Oswalt precisou mostrar que nêutrons (liberados durante o processo de fusão de deutério) foram produzidos.
O reator de Oswalt aparentemente exigiu 50.000 volts de eletricidade e envolveu US$ 10.000 (cerca de R$ 38 mil, no câmbio atual) de equipamento.
É sério isso?
Caso você esteja se perguntando, sim, reações nucleares são coisas que você pode fazer em casa – embora não recomendamos.
Esforços amadores quase sempre envolvem fusão, em vez de fissão nuclear. A fissão requer substâncias muito pesadas e rigidamente controladas, como o urânio. A fusão envolve tipicamente isótopos ultraleves do hidrogênio, como o deutério, que são mais fáceis de adquirir.
Quando dois átomos leves se fundem, o “átomo mais pesado” resultante é um pouco mais leve do que os dois que o formaram, resultando em massa extra que é liberada como energia.
Ressalvas
Atingir a fusão em casa não significa que Oswalt (ou qualquer outro amador que tenha obtido resultado semelhante) construiu um reator nuclear que poderia realmente gerar mais energia do que precisa para funcionar.
Esse é um objetivo que nenhum cientista já alcançou, nem mesmo os do Departamento de Energia dos EUA.
Além disso, enquanto estes reatores amadores lançam alguma radiação, produzem fusão em escala muito pequena para ser seriamente perigosa para qualquer um que não esteja em sua vizinhança imediata.
O dispositivo de Oswalt, por exemplo, não podia ser reaproveitado como uma bomba. [LiveScience, TheGuardian]