Histórico familiar não é principal fator de risco para câncer de mama

Por , em 23.03.2011

Um novo estudo confirma algo muitas vezes esquecido pelas mulheres, e às vezes até mesmo pelos médicos: só porque não há histórico de câncer da mama em uma família, não significa que os membros dessa família estão a salvo da doença.

Estudos anteriores mostraram que mais de 70% dos médicos perguntam às mulheres sobre seus históricos familiares, enquanto menos da metade coleta informações sobre outros fatores de risco conhecidos, tais como se a menstruação de uma mulher começou antes dos 12 anos (o que aumenta o risco), ou se ela tem filho (o que reduz o risco).

Agora, pesquisadores acompanharam mais de 6.000 mulheres por até 6 anos, e descobriram que a maioria dos casos de câncer de mama ocorreram naqueles sem histórico familiar da doença, embora muitas das mulheres tivessem outros fatores de risco para o câncer.

Os pesquisadores analisaram o papel de vários fatores de risco entre as mulheres pós-menopausa que tinham participado de dois grandes estudos clínicos de medicamentos para osteoporose. No momento de cada estudo, todas as mulheres tinham menos de 86 anos e nenhuma tinha câncer de mama.

A equipe usou uma ferramenta – um questionário on-line desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer americano – para prever as chances das mulheres desenvolverem a doença. A calculadora de risco incorpora idade da primeira menstruação, idade, cor da pele, histórico reprodutivo, biópsias anteriores de mama e histórico familiar. A pontuação, numa escala de 0 a 8, representa o risco de uma mulher, em porcentagem, de desenvolver a doença nos próximos 5 anos.

Cerca de 600 mulheres no grupo de estudo (aproximadamente 1 em cada 10) tinha histórico familiar de câncer de mama, e quase todas preenchiam a definição da ferramenta de alto risco: uma pontuação de 1,66% ou superior. No entanto, mais da metade das mulheres sem histórico familiar de câncer de mama também se enquadravam na categoria de alto risco.

Um total de 92 mulheres, ou 1,5% da população do estudo, desenvolveu câncer de mama invasivo em um período médio de acompanhamento de 4 a 6 anos. Como esperado, a taxa real de câncer de mama aumentou com os riscos previstos, bem como na presença de histórico familiar.

Porém, muitos casos de câncer de mama foram relatados em mulheres com previsões abaixo do alto risco ou sem histórico familiar. Cerca de metade (40) das mulheres que desenvolveram a doença receberam uma pontuação abaixo de 1,66% de risco, e quase 2 em cada 3 (60) mulheres diagnosticadas tinham risco entre 1 e 2%, mas não tinham histórico familiar de câncer de mama.

Os pesquisadores dizem que o único fator de risco maior para desenvolver um câncer de mama é ser mulher. O segundo maior é ser uma mulher com mais de 50 anos. No entanto, existem algumas mulheres que estão em risco médio, principalmente aqueles com histórico familiar. Os mais comuns fatores de risco conhecidos encontrados na população do estudo foram: ter ao menos 65 anos, e ter iniciado a menstruação antes dos 12 anos.

A conclusão do estudo é que os médicos e outros profissionais da saúde devem considerar o uso de outros métodos e fatores de risco, não só o histórico familiar, para inferir sobre o risco de câncer de mama e melhor identificar mulheres com propensão à doença. [Reuters]

3 comentários

  • jodeja:

    Claro, histórico familiar não é motivo para a doença. A vovó e a mamãe viviam no interior, na roça e se alimentavam naturalmente, além de fazerem exercícios, buscando lenha, lavando roupa e cozinhando; a mocinha veio pra cidade, trabalha em escritório, se empaturra de sanduíche e outros venenos, em casa só fica vendo televisão, queria o que?

  • maria:

    na minha familia nao teve outro caso de cancer de mama menstruei aos 14 anos tive 1 filha e amamentei durante 1 ano com 32 anos recebi o diagnostico de cancer

  • pri:

    “Os pesquisadores dizem que o único fator de risco maior para desenvolver um câncer de mama é ser mulher.” Putz que boa noticia!

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