O nosso corpo tem um sistema para manter a noção de “cima” e “baixo” que se baseia na gravidade, e está situado no ouvido interno. Um fluido se move pelos canais da cóclea, e terminações nervosas transformam a leitura deste movimento em sinais que o cérebro interpreta como movimento ou como a direção “para baixo”.
Quando um astronauta chega na Estação Espacial Internacional, ele experimenta a imponderabilidade, a ausência de um vetor de gravidade, e isto faz com que ele fique confuso e sinta náuseas por 24 horas ou até 48 horas. Este fenômeno também acontece no avião da NASA usado para treinar os astronautas sobre como agir em ambiente de microgravidade, o chamado, por razões óbvias, “cometa do vômito”.
A confusão acontece por que, em microgravidade, o fluido do ouvido interno flutua, e o cérebro recebe sinais confusos, comparados com o que os olhos apresentam.
O que acontece então? O cérebro se ajusta ao novo ambiente, confiando mais nas informações visuais que no sistema vestibular. Em um processo que leva entre 24 e 48 horas, ele passa a ignorar os estímulos do sistema vestibular, fiando-se no que os olhos vêem.
Com isso, na teoria, o cérebro se torna mais capaz de lidar com todo tipo de orientação e, obviamente, fica bastante difícil de ficar tonto, mesmo girando bastante, como pode ser visto no vídeo abaixo. Depois de girar bastante, o astronauta Tim Peake, da ESA, fica tonto por alguns segundos, e é só – já está “normal” em seguida. [LiveScience, ESA Youtube Channel]