A jornada do homem que a própria mãe chamou de “feio” quando bebê

Por , em 9.01.2017

O momento em que você vê o rosto do seu filho pela primeira vez fica enraizado na sua memória para sempre. Este momento era ainda mais impactante no passado, quando não havia exames pré-natais para ter um vislumbre de seu bebê antes do parto.

Na década de 1970, quando o australiano Robert Hoge nasceu, se o seu filho tivesse uma anormalidade facial, você não saberia até o momento em que o olhasse nos olhos, face a face.

Foi o que aconteceu com Robert, hoje um homem de 44 anos que nasceu com um grande tumor facial – fato que fez sua mãe o chamar de “feio”.

Infância difícil

Sua mãe Mary teve uma reação clara quando viu seu quinto filho Robert pela primeira vez. Ela disse à irmã que “ele era muito feio”. Embora muitas pessoas a vão julgar imediatamente por dizer uma coisa tão má sobre seu próprio filho, também é verdade que ela teve que lidar com o choque de dar à luz uma criança com problemas físicos substanciais.

Na época, Mary simplesmente não queria levá-lo para casa. A família, é claro, acolheu o pequeno Robert, mesmo depois que foi sugerido que ele fosse colocado em uma instituição.

O garoto teve que se submeter a várias cirurgias após o nascimento, incluindo uma para a remoção do tumor facial que tinha crescido a aproximadamente o tamanho de uma bola de tênis, e a amputação de ambas as pernas.

Aceitação

Desde pequeno, quando as outras crianças lhe perguntavam: “Por que você tem um nariz esmagado?”, ou outras questões sobre sua aparência incomum, Robert simplesmente respondia: “Eu nasci assim”.

“Provavelmente, 9 a cada 10 vezes, as perguntas não iam muito além disso… Isso os satisfazia, e certamente me satisfazia”, acrescentou.

Mais tarde na vida, Robert teve a opção de se submeter a cirurgia reconstrutiva para esconder a marca deixada por operações passadas, mas decidiu não fazer isso quando tinha 14 anos. “Como eles iriam mover meus olhos um pouco mais perto um do outro, havia uma chance – e não insignificante – de eu ficar cego”, conta.

Após 24 cirurgias até esse ponto de sua vida, ele decidiu que queria ficar do jeito que estava.

Inspiração

Robert não deixou que sua aparência parasse sua vida. Aos 30 anos, ele se casou com sua esposa Sue e teve uma filha.

Robert hoje é um autor e palestrante motivacional, e também já trabalhou como assessor político do ex-primeiro-ministro de Queensland.

Suas experiências têm servido como inspiração para um livro, “Ugly” (em português, “Feio”). Robert quer que as crianças se sintam confortáveis com cada tipo de ser humano, independentemente da aparência.

Na obra, ele detalha sua jornada de vida e suas várias lutas diárias. A mensagem que ele quer transmitir é que precisamos expor as crianças ao belo e amplo espectro da humanidade.

As crianças precisam ouvir que ninguém é apenas bonito, ou apenas feio, ou apenas esperto, ou apenas pobre, ou apenas alguém em uma cadeira de rodas. “Ninguém é apenas uma coisa”, resume. [Diply]

4 comentários

  • Souza Souza:

    minha filha sofreu muito e apanhou na escola ate da professora por ser gordinha.eu fiquei como chata por ir sempre la defender minha filha.

  • Thiago Ferreira:

    Inspirador…

  • EvandroJGC:

    Também nasci feio. Meu pai me viu e disse: “Mas que menino feio..”
    Eu nasci grande, roxo e todo enrugado. Meu nariz quase encostava na testa

  • EvandroJGC:

    Mas ele era um bebê feio, ué. Agora da mãe rejeitá-lo por isso, aí já é demais. Que bom que ele não teve problemas com chacotas na infância.

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