Uma pesquisadora australiana pode ter uma boa notícia para quem não consegue seguir a dieta nos finais de semana. Amanda Salis. professora da Universidade de Sidney (Austrália) e sua equipe investigaram se interromper a dieta a cada cinco dias traz melhores resultados para a perda de peso, quando comparado com a dieta contínua.
Por enquanto o experimento foi feito em ratos, mas o mesmo pode se repetir em seres humanos. A principal pesquisadora explica que a ideia do estudo surgiu porque ela mesma sempre teve dificuldade em perder peso.
“Eu era obesa e parte da minha frustração em perder peso vinha da necessidade de comer menos e se movimentar mais”, relembra. “Mas eu não conseguia chegar onde queria. Eu ficava com uma fome enorme. Conseguia seguir a dieta por duas semanas e perder um pouco de peso, mas não conseguia continuar por mais tempo”.
A professora então pensou em fazer um pequeno experimento consigo mesma. “Quando começamos a perder peso, o nosso corpo responde com uma fome imensa. A perda de peso causa uma reação na parte do cérebro que controla a fome e faz com que você sinta muita fome por alimentos gordurosos”.
Pensando nisso, ela resolveu interromper a dieta logo antes dessa enorme fome começar, não permitindo que o corpo acreditasse que estava morrendo de fome. Sua técnica funcionou, e ela perdeu 30 kg.
Chegou então o momento de testar sua hipótese em um grupo maior, em um estudo científico. Salis e sua equipe dividiram ratos obesos em dois grupos: o primeiro foi colocado em uma dieta saudável por 12 semanas sem interrupção, enquanto o segundo fazia pausas a cada cinco ou seis dias que duravam entre um a três dias.
O resultado foi que os dois grupos perderam exatamente a mesma quantidade de peso, apesar de o segundo grupo ter consumido 12% mais alimentos do que o primeiro. Não houve diferença quando à saúde dos animais. A massa gorda, glicose e concentração de insulina se mantiveram as mesmas.
“12% é bastante comida quando você está em uma dieta. Poder comer alguma coisa extra como um sanduíche de queijo e tomate faz diferença. Esse é um modo sustentável de perder peso, porque a dieta é uma atividade a longo prazo”, defende a professora.
Claro que esses intervalos na dieta não significam que a pessoa pode comer tudo o que tiver vontade. “Estamos falando de uma dieta baseada em frutas, vegetais, carboidratos integrais e carne magra”, ressalva Salis.
Agora, os pesquisadores aplicam a mesma experiência em pessoas, em parceria com outras universidades australianas. O período mínimo de estudo em humanos é de 12 meses, então os resultados ainda devem demorar para ser observados. [Huffingtonpost]