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Isso é o que aconteceria se você bombardeasse um furacão com uma arma nuclear

É possível interromper ou destruir um furacão lançando uma bomba nuclear nele? Hum… Não.

De acordo com cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos EUA, não temos bombas suficientemente poderosas para isso.

Além do mais, os explosivos não mudariam a pressão do ar ao redor do furacão por mais do que uma fração de segundo – e isso seria necessário para pará-lo.

Por que faríamos isso?

Por que estamos sequer cogitando essa possibilidade?, você deve ter pensado.

Bom, segundo a Axios, durante uma reunião, o presidente americano Donald Trump teria sugerido bombear tempestades tropicais a caminho do sudeste dos EUA com armas nucleares, embora tenha negado tais comentários posteriormente.

A ideia sequer é nova – Jack Reed, meteorologista do Sandia National Laboratories, já pensou nisso na década de 1950. Foi precisamente aí que a NOAA confirmou que esta não era uma boa solução.

Como um furacão funciona…

Furacões são ciclones de baixa pressão com velocidades acima de 119 km/h que se formam sobre a água quente do Oceano Atlântico. Seus ventos espiralam para cima e para fora, criando um vórtice.

Se qualquer parte desse ciclo se dissipa – seja o ar quente ou a área de baixa pressão, o furacão perde força e se desfaz.

Ótimo, mas como fazer isso?

Reed levantou a possibilidade de perturbar as condições climáticas de formação de furacões com armas nucleares em 1959. A ideia era usar a explosão para empurrar o ar quente para fora da tempestade, o que permitiria que um ar mais frio ocupasse seu lugar, efetivamente desmantelando a tempestade.

…e por que bombardeá-lo não funciona

Parece simples, mas acontece que furacões são superpoderosos: eles liberam a mesma energia que uma explosão de 10 megatoneladas a cada 20 minutos, o que é 666 vezes mais do que a energia liberada por uma arma nuclear. Precisaríamos de 2.000 bombas iguais às lançadas em Hiroshima em 1945 para que elas fizessem algum efeito contra um furacão.

Além disso, uma vez que a onda inicial de pressão do explosivo se move para fora (e isso acontece mais rápido que a velocidade do som), o ar ao redor retorna à sua baixa pressão – e não adianta em nada para parar um furacão.

Teríamos que continuar bombardeando o olho do furacão regularmente para tentar dissipar esse ar. Uma única bomba nuclear não adicionaria mais de meio bilhão de toneladas de ar a um furacão com um olho de 40 km de diâmetro, e os cientistas do NOAA simplesmente não conseguem conceber uma maneira prática de mover tanto ar dessa forma.

Dito tudo isso, ainda teria o problema da radioatividade liberada pelas armas nucleares, que se espalhariam para bem longe do furacão. “Essa abordagem negligencia o problema de que as consequências radioativas liberadas se moveriam rapidamente com os ventos, afetando áreas de terra e causando devastadores problemas ambientais”, escreveram os pesquisadores do NOAA em um artigo.

Lembra da explosão nuclear de Chernobyl em 1986? Milhares de pessoas foram forçadas a abandonar uma área de quase 4.000 quilômetros quadrados por conta da radiação viajando no ar. Se os EUA tentassem interromper um furacão com uma bomba nuclear no meio do Atlântico, as consequências radioativas poderiam chegar até as ilhas do Caribe ou estados americanos vizinhos ao Golfo do México, como Texas, Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida.

Ou seja, não. [ScienceAlert]                                                                   

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