Diante de uma possível crise energética que aguarda a humanidade no século atual, cientistas, militares, políticos e investidores do mundo todo apostam suas fichas em uma fonte de energia aparentemente promissora: fusão nuclear.
Nos últimos 60 anos, muitas máquinas foram construídas em uma tentativa de dominar a fusão e, embora nenhum dos experimentos tenha resultado no domínio definitivo da tecnologia, cada tentativa pavimentou o caminho para a iniciativa mais ousada até agora, o ITER (sigla em inglês para “Reator Internacional Experimental Termonuclear”), que será construído em Cadarache (França).
Com 73 metros de altura (sendo 13 abaixo da superfície) e 23 mil toneladas de peso previstos, o ITER é maior que o Arco do Triunfo e três vezes mais pesado que a Torre Eiffel. Suas peças serão fabricadas em diversos países, e algumas devem pesar cerca de 360 toneladas cada. No total, o projeto deverá custar entre 13 bilhões e 16 bilhões de euros (aproximadamente R$ 37,6 bi – RS 46,2 bi), cerca de duas vezes mais caro que o LHC (o Grande Colisor de Hádrons, que ajudou cientistas a encontrar o bóson de Higgs).
Alternativas
Existe uma boa variedade de fontes de energia, mas cada uma tem, naturalmente, complicações: o petróleo eventualmente vai acabar; o carvão, embora exista em abundância, pode provocar uma catástrofe ambiental, dependendo da escala em que for usado; a energia nuclear convencional traz um considerável risco de segurança, e é difícil de descartar seus resíduos; fontes naturais, como vento e energia solar, são inconstantes demais para suprir uma grande demanda energética, embora seu aproveitamento seja cada vez maior, conforme as tecnologias evoluem.
A fusão nuclear, como as outras, não é uma alternativa perfeita, principalmente por causa de incertezas científicas a seu respeito. Contudo, é uma aposta difícil de evitar.
A fusão controlada de átomos (diferente da fissão nuclear, processo que ocorre em uma bomba nuclear) sempre foi considerada uma possível fonte de energia, pois criaria condições como as do sol. A fusão nuclear requer muita energia para acontecer, e geralmente liberta muito mais energia que consome – a tecnologia poderia significar energia abundante e barata, e é mais ecológica que as demais alternativas.
[PopSci]