Gorila fluente na língua dos sinais e que amava gatos morreu aos 46 anos

Por , em 21.06.2018

Koko, a gorila-ocidental-das-terras-baixas mais famosa do mundo morreu enquanto dormia no último dia 19 de junho, aos 46 anos, na Califórnia.

Ela ficou famosa pela extraordinária compreensão de inglês falado e também da linguagem de sinais. Ela conhecia mais de mil sinais e conseguia combinar palavras diferentes para formar novos termos, como “dedo” e “pulseira”, para referir-se a “anel”. Ela ajudou a chamar atenção do mundo todo para a preservação dos gorilas e de seus habitats. Especialistas em gorilas alertam que se as coisas continuarem como estão, metade da população desses animais pode desaparecer até 2040.

“A Koko tocou a vida de milhões de pessoas como uma embaixadora de todos os gorilas e ícone da comunicação e empatia interespécies. Ela era amada e sua ausência será profundamente sentida”, diz nota da Fundação Gorila, responsável por ela.

Koko nasceu no zoológico de São Francisco no dia 4 de julho de 1971, e quando tinha apenas um ano de vida começou a trabalhar com Francine Penny Patterson, que na época era candidata a doutoranda em psicologia do desenvolvimento da universidade de Stanford, na Califórnia. Penny começou a ensinar uma versão modificada da linguagem de sinais americana, iniciando o mais longo estudo sobre comunicação entre espécies da história.

Penny, presidente da Fundação Gorila, continuou próxima de Koko até seus últimos dias, conversando com ela e a observando. Todos esses dados das observações foram registados para futuras pesquisas de comunicação interespécies.

Quando Koko era bebê, os primeiros sinais ensinados à ela foram “comer”, “beber” e “mais”, mas através dos anos a gorila aprendeu centenas de novas palavras e como combiná-las em frases. Além de conhecer mais de 1000 sinais, ela entendia 2000 palavras faladas em inglês.

Ela não usava sintaxe ou gramática, e sua linguagem era equivalente a de uma criança humana pequena. Mesmo assim, ela conseguia falar de objetos que não estavam presentes, e mostrava ter boa memória, ao ponto de se referir a acontecimentos de décadas anteriores. Ela conseguia falar sobre a própria linguagem, ao fazer o sinal “sinal bom” para outros gorilas que estavam aprendendo a linguagem dos sinais.

Ao longo das décadas, Koko pedia com frequência para ter um filhote, mas nenhuma tentativa de engravidar deu certo. Os pesquisadores queriam saber se ela passaria essa habilidade de comunicação para seu bebê de forma natural, mas esta pergunta ficará sem resposta. Para dar a ela a chance de ser maternal com outro animal, ela pode adotar vários filhotes de gatos, que eram cuidados com muita delicadeza e carinho.

Koko tinha um parceiro gorila chamado Ndume que viveu com ela desde 1991. As habilidades de comunicação dele se limitam a gestos e vocalizações naturais de gorilas, de acordo com a fundação. Antes de Ndume, Koko viveu com outro parceiro chamado Michael, que conhecia a linguagem dos sinais. [Live Science]

Confira abaixo vídeo de Koko pedindo colaboração dos países participantes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015:

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