Local do enterro de Jesus é exposto pela primeira vez em séculos

Por , em 27.10.2016

Pela primeira vez em séculos, cientistas expuseram a superfície original do que é considerada o túmulo de Jesus Cristo. Localizado na Basílica do Santo Sepulcro na parte antiga da cidade de Jerusalém, o túmulo está coberto com um revestimento de mármore desde pelo menos 1555 d.C..

“O revestimento de mármore foi retirado e ficamos surpresos com a quantidade de material de preenchimento que estava por baixo dele. Esta será uma long análise científica, mas vamos finalmente ver a superfície de pedra original que, de acordo com a tradição, foi o local de descanso do corpo de Cristo”, explica Fredrik Hiebert, arqueólogo da National Geographic Society, um dos parceiros do projeto de restauração.

De acordo com a bíblia, o corpo de Jesus Cristo foi preparado e colocado em um sepulcro esculpido em pedra na parede de uma caverna de calcário, que depois foi selada com uma pedra. Nos anos recentes, o sepulcro estava protegido por uma edícula que foi reconstruída em 1808 depois que foi destruída por um incêndio. A edícula e o túmulo interno estão passando por restauração com o trabalho de uma equipe de cientistas da Universidade Técnica Nacional de Atenas, com direção do professor Antonia Moropoulou.

A exposição do local de sepultamento está dando aos pesquisadores uma oportunidade sem precedentes para estudar a superfície original do que é considerado o local mais sagrado da cristandade. A análise da pedra original pode ajudá-los a melhor entender não apenas a forma original da câmera do túmulo, mas como ela evoluiu para se tornar o ponto mais importante de veneração desde sua primeira identificação em 326 d.C.

“Estamos em um momento crítico para reabilitar a edícula. As técnicas usadas para documentar este momento único vai permitir que o mundo estude nossas descobertas como se eles mesmos estivessem no túmulo de Cristo”, explicou Moropoulou.

Momento da revelação

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As portas da Basílica foram fechadas horas antes do horário normal de fechamento, deixando uma multidão de turistas e romeiros frustrados do lado de fora das grandes portas de madeira. Lá dentro estavam a equipe de restauração e importantes convidados, como franciscanos, padres gregos ortodoxos, freiras católicas e representantes da igreja copta do Egito.

Desde o início da restauração houve preocupação com a integridade estrutural da edícula construída no século XIX. Ela sofreu danos no terremoto de 1927 e em 1947 recebeu o apoio de vigas externas que não são muito agradáveis aos olhos. A restauração demorou tanto tempo para ocorrer por dificuldades dos representantes das diferentes igrejas que administram a Basílica entrarem em um acordo sobre a reforma.

Em 2015, a Universidade Técnica Nacional de Atenas foi convidada a estudar a edícula, e em março de 2016 os representantes da Basílica entraram em um acordo sobre a restauração, que tem data de finalização marcada para o primeiro semestre de 2017. O projeto vai custar mais de US$4 milhões e recebeu enormes doações do mundo todo.

A National Geographic Society fez parceria com o projeto para produzir um documentário sobre a restauração e exposição do túmulo de Jesus, que deve ir ao ar em novembro de 2016. [National Geographic]
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