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Não era um portal para outra dimensão: já sabemos que o que causou essa luz na Sibéria

Os físicos já têm uma explicação para as luzes brilhantes misteriosas que apareceram no céu da Sibéria nesta semana: não eram alienígenas, nem um portal para outra dimensão, mas sim testes de mísseis russos.

O show de luzes sensacional, visível em uma grande área do norte da Sibéria, foi testemunhado por várias pessoas na região de Yamalo-Nenets, incluindo fotógrafos que estavam lá para capturar um fenômeno de luz diferente, a aurora boreal.

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“No começo, fiquei surpreso por alguns minutos, não entendendo o que estava acontecendo”, disse o fotógrafo Sergey Anisimov ao jornal The Siberian Times. “A bola incandescente subiu das árvores e se moveu na minha direção”.

O melhor palpite de Anisimov para o fenômeno era o efeito de algum tipo de holofote no céu. Depois que a bola de luz se dissipou, ele voltou para casa, onde as crianças na cidade tinham suas próprias ideias sobre o que estava acontecendo. “As crianças começaram a me contar emocionadas sobre um fenômeno incomum, usando as palavras ‘alienígenas’, ‘portal para outra dimensão’ e coisas assim”, relata Anisimov.

Mas não eram apenas crianças que pensavam que a aparição anunciava algo misterioso e terrível. “Eu saí para fumar um cigarro e pensei que era o fim do mundo”, disse um morador local, enquanto outro comentou: “É uma lacuna no continuum espaço-tempo”.

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Enquanto esses medos são compreensíveis dada a aparência estranha do espetáculo, mais uma vez os alienígenas não estavam envolvidos – e está tudo bem com o espaço-tempo. Em vez disso, o orbe brilhante era, na verdade, um subproduto de testes de mísseis russos que ocorriam na região naquela hora.

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, os testes envolveram o disparo de um míssil balístico intercontinental Topol da base espacial de Plesetsk até a península de Kamchatka, juntamente com três exercícios envolvendo mísseis balísticos disparados de dois submarinos nucleares.

“Estes foram, de fato, testes de mísseis”, disse à National Geographic o astrofísico Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian. “Quatro mísseis balísticos foram lançados e pelo menos um deles foi amplamente observado. Não há dúvida sobre a identificação dessas observações com os testes de mísseis”, garante.

Acredita-se que o foguete Topol foi o que produziu a esfera de luz que as pessoas viram, um efeito causado pela pluma do escape do míssil coincidindo com a luz dos raios do Sol. “O escape do foguete se expande em uma grande bolha de dezenas a centenas de quilômetros”, disse McDowell à National Geographic. “Se a luz do sol a pega do jeito certo (porque o Sol está abaixo do seu horizonte, mas o foguete está alto o suficiente para estar vendo o Sol) essa bolha pode ser visível”.

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Em outras palavras, se os testes de mísseis tivessem sido conduzidos algumas horas depois, é possível que as esferas de luz nunca tivessem sido produzidas, porque os raios solares não teriam atingido o escape do foguete e muito menos pessoas teriam visto qualquer evidência do testes de mísseis.

Mas como o Sol e o foguete coincidiram, as pessoas deixaram suas imaginações fluírem para invasões alienígenas e portais dimensionais – algo totalmente compreensível, uma vez que não estamos realmente acostumados a observar como as nuvens de gás se movem em altitudes tão extremas.

“Na ausência de ar, no espaço as coisas acontecem muito mais simetricamente e matematicamente do que estamos acostumados aqui na Terra”, disse McDowell. “Então nossa intuição falha quando vemos o comportamento do gás no espaço onde não há ar suficiente para contê-lo”. [Science Alert]

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