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Microsoft Surface Pro é um tablet e um PC em um único dispositivo

Chamado por alguns de “iPad Killer” (“matador de iPads”), o Microsoft Surface foi lançado em outubro e chamou a atenção principalmente por duas novidades: o fato de ser um tablet rodando Windows (todos os outros usam Android ou iOS) e a possibilidade de ser comprado junto com uma capa/teclado (uma resposta à reclamação recorrente de que “é muito ruim ficar digitando numa tela touchscreen”). A pouca oferta de aplicativos, contudo, acabou tirando parte do brilho do Surface aos olhos do consumidor.

Felizmente, a Microsoft já havia antecipado que lançaria uma versão mais poderosa do dispositivo, que agradaria os usuários mais exigentes, e neste sábado (9) a promessa será cumprida com a chegada do Microsoft Surface Pro.

“O Surface Pro se parece com um tablet. Ele pode funcionar como tablet. Você pode segurá-lo com uma mão e desenhar nele com a outra [vem uma caneta stylus junto]. Mas, por dentro, o Pro é um computador Windows completo, inclusive com o mesmo chip Intel incluído em muitos notebooks de ponta, e dois coolers para mantê-lo frio (eles são silenciosos)”, escreve David Pogue, colaborador do The New York Times. Com esse poder de processamento, associado ao sólido Windows 8, o Surface Pro é capaz de rodar programas (iTunes, Photoshop, Word, Excel) como se fosse um computador.

A tela possui alta definição (1.080 por 1.820 pixels), e quando o Pro é conectado a uma TV ou monitor, pode enviar imagens em resolução ainda maior (1.440 por 2.550 pixels). Além disso, uma entrada USB 3.0 permite que você conecte diversos acessórios e dispositivos, como pendrive, mouse, teclado e alto-falante.

Para facilitar a vida de quem pretende usá-lo com um teclado acoplado, o Pro tem um suporte retrátil na parte traseira, parecido com o de um porta-retrato (mas que fica totalmente escondido quando fechado, sem atrapalhar o manuseio). Por falar nisso, há dois modelos de capas/teclados feitos especialmente para o dispositivo, a Touch Cover (mais fina, com teclas bastante sensíveis ao toque) e a Type Cover (um pouco mais espessa, com teclas “reais” e um trackpad).

Pogue conta que, quando escreveu um “preview” em seu blog, muitos leitores questionaram a compra do Pro, com comentários do tipo “por esse preço [de 900 a 1000 dólares, sem teclado] eu poderia comprar um notebook leve com um teclado próprio e muito mais espaço de armazenamento. Por que eu deveria comprar um Surface Pro se posso ter mais por menos?”.

Em resposta, ele aponta a leveza do aparelho, a possibilidade de usar o touchscreen e de trabalhar com ele como se fosse um notebook, usando o suporte traseiro (e um teclado acoplado).

“É verdade: com esse dinheiro, você poderia comprar um excelente notebook”, diz Pogue. “Você também poderia comprar uma passagem para um cruzeiro de cinco dias, uma bolsa da Gucci ou 250 galões de leite”.

Ressalvas

Como até mesmo os melhores dispositivos têm seus pontos-fracos, segundo Pogue há aspectos no Surface Pro que deixam a desejar. “Os alto-falantes não são especialmente fortes. A tela e o teclado são levemente menores do que os de um notebook real. O ímã da entrada de energia é mais forte do que no Surface não-Pro, mas conectar o maldito cabo é uma operação complexa”, enumera.

“Você também precisa considerar que no modelo básico de 64 GB, apenas 23 GB ficam disponíveis para seu uso”, destaca Pogue. “Consideráveis 65% do armazenamento são devorados pelo próprio Windows (na versão de 128 GB, apenas 83 são ‘de graça’)”.

A maior ressalva que ele faz, contudo, é em relação à bateria: “A Microsoft diz que a bateria do Pro dura metade do tempo da bateria do não-Pro, o que significaria 4h30 horas. Você vai conseguir 4h30 horas se tiver sorte; eu mal consegui 3h30”.

Em suma, escreve Pogue, “o Surface Pro não é para todo mundo, não é tudo o que parecia a princípio, e não é tudo o que poderia ser”. Contudo, ele também diz que “o Surface Pro é uma ideia importante, quase uma nova categoria, e vai ser a máquina certa para muita gente”.

Como ainda não há previsão para o lançamento do Surface no Brasil, é provável que não vejamos o Pro por aqui tão cedo – quem quiser testar os dois tipos de Surface e tirar suas próprias conclusões vai ter que esperar (ou viajar para os Estados Unidos).[The New York Times] [The Telegraph]

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