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Mulher ‘biônica’ recupera visão após 30 anos

Kathy Blake sofreu uma doença genética incurável que causa a destruição das células da retina, causando cegueira parcial ou total. Quinze anos depois de tido a doença diagnosticada, Kathy ficou completamente cega. Há dois anos, uma pesquisa do Instituto Doheny da Visão, em Los Angeles, Estados Unidos, voltou a dar esperança para que ela pudesse voltar a enxergar.

O Instituto estava trabalhando no desenvolvimento de uma retina artificial, e Katchy era uma candidata perfeita para o estudo, de acordo com Mark Humayun, médico que participa do trabalho. “Um bom candidato é uma pessoa que seja cega devido a problemas da retina, que ainda tenha o resto do sistema do olho intacto”, diz.

O aparelho desenvolvido usa uma câmera localizada no centro de óculos para mandar sinais até um chip instalado atrás da retina e estimular os nervos que ficam na região da visão do cérebro. Kathy é uma de vinte pacientes que vêm testando o aparelho. Desde que fez a cirurgia de implante do chip, há dois anos, ela faz testes semanais para monitorar a melhora de sua visão. Nos testes realizados com painéis listrados, ela ainda não enxerga objetos, e sim formas: “Eu vejo luzes que indicam um contraste do claro para o escuro, que estão começando a fazer mais sentido para mim”.

Humayun afirma que pessoas cegas há muito tempo têm que passar por um período de aprendizado, ensinando novamente o cérebro a ver, evoluindo: “Seria como ver um bebê engatinhando, uma criança andando e um adulto correndo”, diz. Embora ainda não tenha voltado completamente a ter sua visão, Kathy diz que já consegue perceber quando objetos se aproximam, mesmo sem conseguir identificar o que são.

Recentemente, ela diz ter visto algo que não via há muito tempo: a lua. “Tinha saído com meu marido, e quando olhei para o céu, vi uma luz, bem onde a lua estava”, e completa: “Foi incrível, não consigo nem lembrar quando foi a última vez que eu pude fazer algo do tipo”. O chip que auxilia a visão ainda tem uma resolução baixa, de 60 pixels, mas Humayun afirma que essa resolução pode aumentar em até mil vezes no próximo ano, melhorando cada vez mais a visão das pessoas com problemas na retina. [Live Science]

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