Mulheres trabalham para ganhar maior presença na indústria de tecnologia
Historicamente, o setor de tecnologia não é hospitaleiro para mulheres. Em 2009, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou uma lista dos 20 principais campos de atuação ocupados por mulheres. Nenhum deles pertencia à área de tecnologia. Nesse mesmo ano, apenas 3% dos cargos de chefia das 500 maiores empresas norte-americanas eram de mulheres, segundo o Centro Nacional para Mulheres & Informação de Tecnologia.
Tamara Hudgins é diretora-executiva da organização sem fins lucrativos chamada “Girl Start”, localizada em Austin, Texas, Estados Unidos. A organização fornece aulas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (conhecidas lá pela sigla “Stem”) exclusivamente para meninas além da sala de aula.
“Menos de 12% dos empregos nos Estados Unidos na área de ‘Stem’ são ocupados por mulheres. Então, para nós, fazer com que mais meninas sintam que poderão ter acesso a cargos nesse campo é fundamental”, conta. “Ter mais mulheres no campo é importante pelo sopro de inovação que elas podem trazer”, completa.
Em entrevista à CNN, muitas trabalhadoras da área disseram sentir como que se tivessem de lutar por respeito ou lidar com questões internas de auto-dúvida para avançar em sua carreira.
Esta questão foi um tema recorrente no Festival Interativo do Sul e Sudeste em Austin, Texas, semana passada. O evento reuniu participantes em festas só de mulheres. Foram discutidos Conversas focada no conjunto único de desafios que as mulheres enfrentam as minorias no local de trabalho de tecnologia. Esse isolamento, segundo eles,estimula a necessidade de se reunir e trocar idéias coletivamente.
Como resultado, um número crescente de grupos já formados para ajudar as mulheres a encontrar mentores e construir a sua confiança.
As mulheres, no festival, também expressaram sua vontade de conquistar respeito no local de trabalho não tá usual, e não apenas conseguir novos amigos.
“As pessoas ainda nos encaram como se fôssemos animadoras de torcidas do Ensino Médio”, reclama. “A certa altura na nossa vida profissional, ser boazinha não nos leva para o nível de respeito e responsabilidade que nós queremos”, completa Tara Sophia Mohr, especialista em treinamento de liderança para mulheres. “Temos que ser mais autoritárias e não nos sentirmos mal se nem todos gostem de nós”, defende.
Eventos como o Festival Interativo do Sul e Sudeste reúnem líderes pensantes de todo o mundo, e as mulheres esperam que essas discussões podem ajudar a fechar o hiato de gênero nos campos de tecnologia. Valeria Maltoni, estrategista de negócios de Filadélfia oferece uma solução, dividida em três partes.
“As mulheres precisam tornar-se melhor em declarar claramente o que eles querem”, define. “Nós não somos muito boas em declarar de forma clara e consistente qual será nossa contribuição e pedir a nossa parte no projeto”, exmplifica.
“O segundo passo é começar a ser melhor em auto-promoção. Como mulheres, esposas, filhas ou membros de equipe, temos a tendência de promover os outros em vez de nós mesmas. Na verdade, somos realmente horríveis nesse ponto. Precisamos aprender a trabalhar com nossa auto-estima: aprender quais são nossos pontos positivos e fazer com que os outros também os enxerguem”.
Por último, ela ressalta a necessidade por parte das mulheres em encontrar um mentor, seja do sexo masculino ou feminino. No entanto, ter um modelo feminino pode ajudar as mulheres a visualizar seu próprio futuro.
O desejo de unir mulheres de mesma opinião e construir uma comunidade levou Garann ??Means a formar uma noite só de garotas em Austin. Os participantes se reúnem para trocar idéias e trabalhar nos projetos.
“Se fosse aberta a homens, iria se tornar como outra reunião de trabalho qualquer, em que eles são a maioria. O fato de ser exclusiva para mulheres as deixa mais à vontade para virem”, afirma Means. “É um pouco mais fácil quando você sabe que é especialmente para você.”
“Se você é a única mulher no ambiente de trabalho, você não tem modelos para seguir”, diz Patty Cifra, executiva da IBM de Austin. “Então você vai a esses grupos e você vê engenheiras mulheres bem-sucedidas e pensa ‘ei, eu também posso ser uma delas!’”.
Essa segregação por sexo não é uma idéia popular entre os atuantes da área. Porém, Tamara Hudgins afirma que iniciativas como essa são necessárias por enquanto. Muitas mulheres ainda desistem de oportunidades quando ficam sabendo que trabalharão apenas com homens.
Apesar das estatísticas sombrias, há muito otimismo em Austin.
Com tanta gente trabalhando junta para aumentar as oportunidades para as mulheres em tecnologia, muitas das entrevistadas acreditam que essa conversa não vai mais acontecer daqui a dez ou 15 anos. [CNN]
1 comentário
E ainda a mulhe casa com um homem que nao vê os direitos dela sendo roubados e/ou não a ajuda como companheira. Isso sim é que é ser marido! Antes só que mal acompanhada… Bem, falando da reportagem, eu acho que a mulher cresceu muito nesse setor la nos EUA, talvez aqui no Brasil ainda não. É o que vejo falar e ouvir… As mulheres precisam gostam mesmo dessa área, eu mesmo adoro mexer no ramo de computadores, porém, sou melhor nas leis e por isso escolhi essa profissão. E elas devem rezar também ou fazer macumba para não encontrar um invejoso/a que a impede de brilhar e mostrar seu talento nesta ou qualquer outra área, a não ser que ela esteja firmada na base do QI se vira(indica) nos trinta.