Não é computação gráfica: essa criatura marinha multicolorida é real

Por , em 28.04.2020

Imagens de anjo-do-mar (Clione limacina) registradas pelo biólogo marinho e fotógrafo, Alexander Semenov, chamam atenção pelas características particulares desse molusco. O biólogo especializado em invertebrados é chefe da equipe de mergulhadores da White Sea Biological Station da Universidade Estadual de Moscou.

Semenov diz ter interesse especial na macrofotografia em ambiente natural, porque permite observar animais que não podem ser estudados de forma adequada em laboratório. Ele tem como objetivo usar a fotografia para estudar a vida marinha e aumentar o interesse das pessoas pela biologia marinha. Por isso compartilha suas fotografias tanto em mídias sociais quanto em eventos.

Essa gravação de alta qualidade foi realizada durante mergulho em março de 2018 sob o gelo do Mar Branco. Assista ao vídeo que revela um pouco do trabalho feito pela equipe.

Em publicação de fotografia do início deste ano, Semenov fala que os anjos-do-mar são moluscos de água gelada e estão entre os objetos mais estudados em neurobiologia, mas pouco se sabe sobre o ciclo de vida deles.

Aparecem sob o gelo que cobre o mar e em poucas semanas tem tantos deles que em um metro cúbico de água pode ter até 500 anjos-do-mar. Sendo que cada um deles mede entre 3 e 5 centímetros, Semenov considera uma visão espetacular.

Logo depois de começar a reprodução, surgem os pequenos anjos-do-mar ainda com bandas ciliares larvais, medindo entre 1 e 3 milímetros. Em algumas semanas com dieta a base de borboletas-do-mar eles chegam ao tamanho adulto. Assim que a água aquece entre 3 e 5 graus os anjos-do-mar desaparecem e reaparecem sob o gelo no inverno seguinte, explica o biólogo.

Sabe-se que os anjos-do-mar podem sobreviver sem comida por seis meses, com redução significativa do tamanho no período sem alimento. Semenov fala que ninguém pensou em uma forma de rastreá-los no Oceano Ártico durante o ano para saber aonde eles vão.

Seres do mar

A equipe de Semenov criou um projeto de ciência chamado Aquatilis, com o objetivo de encontrar, estudar e fotografar seres interessantes e incomuns que vivem no oceano. Além de falar sobre a vida marinha, eles revelam o que é necessário para explorar o mar.

Semenov revela também as dificuldades da fotografia subaquática para registrar as imagens como são vistas, por causa da absorção da luz pela água. Isso confere especial valor às imagens, na busca por destacar as cores sem exagerar na edição. [Bored Panda, Aquatilis, Flickr]

Deixe seu comentário!