Há cerca de dois meses, o mundo da física sofreu um abalo. Cientistas italianos anunciaram que uma partícula subatômica, o neutrino, pode se locomover velocidade superior à da luz. O experimento que chegou a essa conclusão foi contestado por algumas equipes de pesquisadores. Mas novos testes parecem confirmar a tese.
Na realidade, a Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês) fez um estudo justamente voltado para confirmar ou refutar a novidade. E o resultado não foi alterado: após os experimentos, eles concluíram que os neutrinos realmente foram deslocados de um laboratório na Suíça para outro na Itália 60 bilionésimos de segundo mais rápido do que a luz.
O número de experimentos requeridos para chegar a essa afirmação não foi nada desprezível: ao longo de três anos, mais de quinze mil testes, medidas, estimativas e aferições foram realizadas.
Alguns possíveis erros foram levantados em pesquisas anteriores. Quesitos como o posicionamento do satélite que emitiu os sinais, ou o medidor de nanossegundos colocado no aparelho, foram corrigidos e verificados. Os cientistas já sabem: se houver erro, não está nesses indicadores, e no momento não há nenhuma prova negando que os neutrinos tenham conseguido essa “façanha”.
Embora ainda não haja uma prova definitiva, os cientistas estão de fato inclinados a acreditar que os neutrinos percorreram 725 quilômetros em velocidade que contesta uma lei física até então inabalável. Exatamente por isso, mais testes estão programados para o futuro, em busca de uma evidência clara da validade ou não da teoria. [Telegraph]