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Nós também escutamos com os olhos

Nas apresentações com fantoches, o público olha sempre para os bonecos, mesmo quando podem ver o ventríloquo – o artista que consegue projetar a voz sem mover os lábios. Isso acontece porque, em certos momentos, os olhos podem dizer ao nosso cérebro de onde está vindo um som de maneira mais convincente do que nossos ouvidos. Deste modo, mesmo que o som esteja vindo do ventríloquo, temos a impressão de que é o boneco que está falando pelo movimento da sua boca.

Uma série de pesquisas realizadas na Universidade Duke (EUA) com humanos e macacos demonstrou que o cérebro não necessita de estimulação visual e auditiva simultaneamente para localizar a fonte de um som. Em vez disso, foi descoberto que o cérebro reconhece onde está um som de maneira mais eficiente quando recebe estímulos visuais isoladamente do que quando recebe informações dos olhos e dos ouvidos ao mesmo tempo.

De acordo com pesquisadores, essas descobertas são importantes porque podem ajudar no desenvolvimento de dispositivos para que pessoas com problemas de audição aprendam a localizar a origem dos sons de maneira eficiente. Assim, também seria mais fácil a comunicação com essas pessoas em ambientes ruidosos.

“Há um enorme potencial para o desenvolvimento de tecnologias que ajudem pessoas com problemas de visão ou audição”, afirma Norbert Kopco, psicólogo e neurocientista que trabalhou na pesquisa. Kopco explica que, quando um dos sentidos pode fornecer informações que outro sentido não pode, a compreensão de como o campo visual e o auditivo interagem é essencial para o desenvolvimento de novos dispositivos para pessoas com deficiência. [The Chronicle/MedicalXpress]

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