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O estranho “experimento dos dois gatinhos”

Um experimento definitivamente esquisito tornou gatinhos essencialmente cegos só com manobras psicológicas.

Como deixar alguém praticamente cego sem fazer qualquer dano a seus olhos? Esta era a questão que afligia a ciência (do mal). E os pesquisadores descobriram como – usando gatinhos.

O planejamento para este experimento envolveu dez ninhadas de gatinhos. Os filhotes nasceram e viveram suas primeiras semanas totalmente no escuro. Depois, os cientistas escolheram um par de gatos de cada ninhada.

Do par, um dos gatinhos foi selecionado para ser o “móvel”, e o outro para ser o “imóvel”. Ambos os gatinhos foram retirados de suas ninhadas por um tempo e colocados em uma espécie de plataforma giratória, apelidada de “carrossel”.

O gato móvel podia se mover ao redor do carrossel. O imóvel foi colocado em uma cesta com apenas a cabeça para fora. Uma vez que os gatinhos estavam ligados, o imóvel era movido junto com o móvel. Parte do fundo do seu carrinho foi retirado, então ele podia até sentir suas patas arrastarem no chão – mas não podia iniciar qualquer movimento.

Depois de algum tempo, os gatinhos foram retirados da plataforma giratória e voltaram para o quarto escuro com seus irmãos.

Mais tarde, os pares de gatinhos foram levados para salas iluminadas. Primeiro, os experimentadores o abaixavam em direção a uma mesa. Os gatos móveis estendiam as patas na expectativa de tocar a superfície que se aproximava. Os imóveis não.

Depois, os pesquisadores colocaram os gatinhos no que é conhecido como um penhasco visual. São superfícies que, de um lado parecem dar em um penhasco e, do outro, no fundo do poço de uma piscina. A estrutura inteira é completamente coberta por uma camada de plástico, de forma que ninguém que anda sobre ela pode realmente cair – mas ela parece assustadora. Os gatinhos móveis, portanto, evitaram o fim do “penhasco visual”. Os imóveis não.

Por fim, os cientistas realizaram o “teste do piscar”. Segurando os gatinhos, eles rapidamente trouxeram uma mão perto do rosto do animal, mas não o atingiram. Os gatinho móveis piscaram, antecipando um “soco”. Os imóveis não.

Ambos os gatinhos tinham sido expostos a exatamente os mesmos fatores durante seu crescimento. A única diferença entre um e outro era sua capacidade de iniciar movimentos. E foi o suficiente.

Sem a capacidade de afetar de qualquer modo as coisas a que olhava, o gatinho imóvel não foi capaz de conectar o movimento com algum significado. Embora pudesse ver, era funcionalmente cego.

O experimento teve um final um pouco feliz. Os gatinhos imóveis foram colocados em salas iluminadas durante cerca de 48 horas e puderam explorá-la livremente. Eles foram testados novamente, e tinham aprendido a entender falésias visuais. Isso mostrou que, mesmo que privados de estímulo, seus cérebros ainda podiam aprender.

Porém, os gatinhos imóveis nunca se tornaram visualmente normais. O tempo no escuro, sem a capacidade de interagir com o mundo ao seu redor, deixou uma marca permanente neles. [io9]

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