Oxitocina: a química do amor ou da suspeita?

Por , em 4.02.2011

Oxitocina é o hormônio do amor. Uma substância que ajuda as mulheres durante o parto e a amamentação, torna as pessoas mais sociáveis, confiantes e amorosas, além de inundar corpos e mentes durante os orgasmos. Mas será que isso vale para todas as pessoas? Segundo uma recente pesquisa norte-americana, não.

Oxitocina funciona para todo mundo?

O estudo foi conduzido por uma equipe de pesquisadores de Nova York, e contou com a colaboração de 27 voluntários. Quatorze deles foram previamente diagnosticados com transtorno de personalidade borderline, uma condição caracterizada por alterações do humor, insegurança, medo de abandono e tomada de decisões impulsivas, enquanto os outros treze voluntários eram clinicamente normais.

Cada voluntário tomou uma dose de oxitocina ou de um placebo e, em seguida, jogou video games em que ele ou ela deveria colaborar com um colega. A brincadeira era um jogo de confiança: se dois jogadores ganhassem juntos, teriam seis dólares cada. Mas cada pessoa também poderia desistir e reivindicar quatro dólares somente para si.

Para os voluntários clinicamente normais, a oxitocina agiu como esperado e amplificou os sentimentos de confiança e camaradagem. Em comparação com as pessoas que tomaram o placebo, aqueles contagiados pela droga do amor estavam mais propensos a pensar o melhor para a dupla e trabalhar em equipe.

Porém, para os pacientes com transtorno de borderline, o oposto ocorria. Ou seja, aqueles que tomavam oxitocina tornaram-se significativamente mais desconfiados. Considerando que seus parceiros iriam desistir a qualquer momento, os voluntários optavam por sair preventivamente do jogo, reclamando o dinheiro para si.

Em linhas gerais, o estudo mostra que se você tende a confiar nas pessoas, a oxitocina amplifica essa ação. Mas se você carrega algum tipo de ansiedade social e e suspeita, o hormônio também ampliará esses sentimentos, o que vai de encontro com a ideia de que a oxitocina pode ser usada para tratar o autismo e outras condições que envolvam dificuldades sociais. [Life’s Little Mysteries]

5 comentários

  • eduardo prado uchoa:

    Eu estou muito interessado em saber se foi feita alguma pesquisa em relação a depressão puerperal
    Obrigado
    Eduardo

  • Carlos Alberto Franco:

    A mais importante pesquisadora sobre o papel da oxitocina na fisiologia, SUE CARTER Ph.D. estará em um workshop no Rio de Janeiro em maio deste ano.
    O Workshop NEUROCIÊNCIA DO TRAUMA: implicações clínicas e terapeuticas, trará também Stephen Porges e Peter Levine para apresentações de tres dias.
    Ver http://WWW.NEUROCIENCIADOTRAUMA.COM.BR

  • luciana:

    O estudo pode ser bom, mas a conclusão não é adequada, é confusa.

  • aaaaaaaaaaaaaaa:

    Agora sei porque sempre tive problemas com minha namorada.

  • joana:

    A tradução está mal realizada, no final a conclusão será de que a oxitocina não trará benefícios em patologias como autismo e outras condições que envolvam dificuldades sociais pois potenciariam apenas as características de ansiedade e suspeita que previamente já existiam.

Deixe seu comentário!