Parte do Oceano Atlântico está resfriando a uma velocidade recorde, e ninguém sabe o porquê

Por , em 23.08.2024

O Atlântico está resfriando rapidamente após um período de calor recorde, deixando cientistas perplexos. Nos últimos meses, as temperaturas da superfície do oceano, que estavam elevadas há mais de um ano, caíram de forma inesperada e acelerada.

Em junho, as temperaturas do Atlântico eram de 1 a 3 graus Celsius mais altas que o normal em várias regiões, com algumas áreas registrando até 5 graus Celsius acima da média. Esse aquecimento vinha ocorrendo desde março de 2023, quando os oceanos começaram a quebrar recordes de calor pelo quarto ano consecutivo.

Esse aumento de temperatura foi atribuído tanto às mudanças climáticas provocadas pelo homem quanto a um El Niño forte em 2023 e 2024. Contudo, a NOAA indicou que esse fenômeno já terminou. Desde maio, as temperaturas da superfície do mar no Atlântico têm caído rapidamente e, em junho, estavam de 1 a 2 graus abaixo do esperado para essa época do ano. Essa mudança sugere que o El Niño pode ser substituído por La Niña entre setembro e novembro, o que traria águas frias à superfície do Atlântico.

Embora esses fenômenos climáticos sejam complexos e difíceis de prever, a rapidez com que o Atlântico esfriou surpreendeu os cientistas, que ainda não têm uma explicação clara para isso. Frans Philip Tuchen, pesquisador da Universidade de Miami, afirmou que, até agora, nenhum dos mecanismos conhecidos justifica essa mudança.

Esse resfriamento repentino ocorre após uma onda de calor oceânica que causou branqueamento em 99% dos recifes tropicais do Atlântico, prejudicando a biodiversidade e enfraquecendo a proteção costeira contra tempestades. Além disso, El Niño e La Niña têm impactos econômicos e de saúde significativos, podendo causar bilhões de dólares em perdas econômicas globais e aumentar a incidência de doenças em regiões afetadas.

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