Parto agendado pode prejudicar o bebê

Por , em 31.07.2012

Existem situações em que “adiantar” o nascimento de uma criança pode diminuir os riscos de complicações. Quando a mãe tem pré-eclâmpsia severa (pressão alta, entre outros sintomas), por exemplo, induzir o parto pode ser a alternativa mais segura.

Em outros casos, porém, os benefícios desse procedimento ainda são incertos e não foram comprovados pela literatura médica. Uma das razões que levam futuras mães a agendar o nascimento de seus filhos é a suposta diminuição do risco de morte prematura.

Para investigar essa crença, uma equipe de pesquisadores do Royal North Shore Hospital (Austrália) coletou informações sobre todos os nascimentos registrados entre 2001 e 2009 no estado de Nova Gales do Sul (também na Austrália).

O primeiro fenômeno que notaram foi o crescimento no índice de nascimentos planejados: de 19% em 2001 para 26% em 2009. Será que essa mudança teve algum impacto na ocorrência de complicações entre recém-nascidos? De acordo com os dados coletados, a porcentagem de complicações severas até aumentou (embora pouco), de 3% para 3,2%.

Contrariando a crença investigada, o número de casos em que o bebê morreu durante a gestação não mudou, mesmo com o aumento de partos “adiantados”: 2 em cada 1.000 nascimentos após 32 semanas de gestação. Além disso, nos casos de nascimento planejado, as estatísticas foram mais preocupantes: em 4,5% dos casos a criança teve problemas de saúde graves e houve 43 mortes a cada 10.000 nascimentos (contra 3,3% e 40 no caso de nascimentos naturais).

Os pesquisadores não puderam afirmar se essas diferenças se devem ao adiantamento do parto ou a possíveis complicações que motivaram a escolha.[Reuters]

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