Pesquisadores usam microscopia de força atômica para analisar moléculas marinhas
Um método de mapeamento de molécula desenvolvido por pesquisadores da IBM revelou a estrutura de um composto das profundidades do oceano, e o processo pode levar ao desenvolvimento mais rápido de remédios revolucionários.
Usando microscopia de força atômica, pesquisadores na Escócia e na Suíça foram capazes de ver a estrutura molecular de um composto marinho recuperado da Fossa das Marianas, cuja composição química era desconhecida. E demorou apenas uma semana para desvendá-la.
Os compostos químicos do fundo do oceano podem conduzir a terapias de novas drogas – analgésicos sintetizados a partir de cuspe do caracol do mar, por exemplo. Mas os pesquisadores precisam encontrar novos compostos químicos em primeiro lugar, e então entender para o que eles estão olhando.
Anteriormente, a imagem molecular baseava-se em métodos indiretos como cristalografia de raios-X, que reflete os raios-X fora da molécula, ou ressonância nuclear magnética, que examina a forma como os átomos de uma molécula absorvem as ondas de rádio. A nova técnica é semelhante a fazer um exame instantâneo do modelo da molécula.
Eles analisaram uma bactéria retirada de uma amostra de lama da Fossa das Marianas. A bactéria, Dermacoccus abyssi, é tolerante a pressão o suficiente para viver a cerca de 11.248 metros abaixo da superfície do mar, e produz um composto químico que os cientistas não puderam reconhecer.
Apesar de terem usado espectrometria de massa de alta resolução, não conseguiram descobrir a sua estrutura. A única opção seria fazer uma síntese química das estruturas propostas, mas além de ser complicado, poderia demorar vários meses. É onde entra a IBM.
Os cientistas usaram uma técnica chamada microscopia de força atômica sem contato para tirar imagens de moléculas individuais em escala atômica. Junto com alguns cálculos de densidade, determinaram que a química estranha era na verdade cephalandole A, que já é um candidato para novos tipos de drogas.
Essa técnica pode acelerar o processo de identificação de compostos químicos exóticos de regiões extremas da Terra. Porém, ela não é perfeita; alguns cientistas se perguntam se o método de medição propriamente dito, que envolve a colocação da molécula em um cristal de sal, pode interromper a sua estrutura. Se você não sabe a sua forma para começar, você não pode saber se o sal a afetou.
Mas combinado com métodos indiretos, a técnica pode ajudar os pesquisadores a identificar rapidamente os novos compostos, o que poderia acelerar o processo de produção de novas drogas. [POPSCI]
3 comentários
Certamente, drogas seria remédios, nunca se perguntaram por que as farmacias também são chamadas de “drogarias”? Pois, também podemos chamar os remédios de drogas.
o homem pode produzir drogas novas, mas é proibido de usar as antigas. ¬¬
Acelerar o processo de produção de drogas???
É, interessante.