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Por que ainda temos medo de ver homens se beijando?


O pai do atirador que matou 50 pessoas em uma balada gay em Orlando no início do mês de junho afirma que o que pode ter motivado a ira assassina do filho foi a visão de um casal gay se beijando.

A alegação provocou uma avalanche de compartilhamento nas redes sociais de fotografias de casais homossexuais se beijando. O episódio também provocou exigências dessa comunidade e seus apoiadores para que a troca de carinho entre qualquer tipo de casal seja naturalizada no mundo ocidental.

Um estudo conduzido pela Comissão Australiana de Direitos Humanos no ano de 2012 mostra que 25% dos homossexuais já foram abusados verbalmente, enquanto 47% dos homens trans e 37% das mulheres trans também enfrentaram essa agressão.

Por isso, muitos deles preferem esconder sua identidade em público, mantendo atenção constante sobre o próprio comportamento. Esse estado de atenção constante não deve ser nada agradável. E é justamente esta invisibilidade que é reforçada pela violência a qualquer identidade ou preferência sexual além da heterossexual.

Outro estudo feito pela Universidade de Indiana (EUA) com mil pessoas mostrou que 97% delas não se importavam em ver casais heterossexuais segurando as mãos, mas apenas 62% aprovava o mesmo comportamento entre homens gays. 95% aceitavam ver casais héteros se beijando, mas o número cai para 55% quando o casal é composto por dois homens. Quando se fala em beijo de língua em locais públicos, então, esses números caem para 50% para casais hétero e apenas 22% para casais homossexuais.

Os números para casais lésbicos foi de 75%, 72% e 26%, respectivamente. Apesar de a troca de carinho entre duas mulheres ser mais aceita que entre dois homens, ainda há mais intolerância quando comparado a um casal heterossexual.

Uma possível explicação para tamanho desconforto ao presenciar essas cenas pode estar relacionada à insegurança da própria identidade. Um terceiro estudo publicado pela Sociedade Americana de Psicologia mostrou que pessoas homofóbicas têm maior chance de serem gays. [The Conversation, Truth Revolt, Elite Daily, NCBI]

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