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Remédio feito de fezes huamanas pode curar infecção intestinal

Existem casos em que o melhor tratamento não está numa caixa de antibióticos, mas no intestino de outra pessoa – foi o que aconteceu recentemente com 27 pacientes que haviam sido infectados pela bactéria Clostridium difficile. A doença foi curada graças a um tratamento mais prático, menos invasivo (e, convenhamos, menos chocante) do que transplante fecal: cápsulas com bactérias intestinais, fabricadas a partir de fezes humanas.

“Não há fezes [nas cápsulas] – apenas bactérias”, adianta o médico e pesquisador Thomas Louie, da Universidade de Calgary (Canadá). As amostras (vindas de um doador saudável, em geral um parente) são processadas e purificadas, e o material restante é embalado em cápsulas de gel que só se dissolvem ao chegar no intestino do paciente.

Depois de tomar antibióticos alguns dias antes (para matar os exemplares menos resistentes da C. difficile), o paciente ingere de 24 a 34 cápsulas, repondo a flora intestinal e combatendo as bactérias nocivas que restaram. Todos os 27 que passaram por esse tratamento foram curados e até o momento não sofreram reincidência da doença.

Foi o caso da enfermeira aposentada Margaret Corbin. “[A última infeção] durou dois anos. Foi horrível”, conta. “Eu não podia comer. Toda vez que eu comia qualquer coisa ou bebia água, ia ao banheiro. Eu não saía, ficava em casa o tempo todo”. Ela recorreu ao tratamento com pílulas há dois anos, e desde então não sofre com a C. difficile – que, além do desarranjo intestinal, pode provocar enjoo e espasmos musculares.

É possível que, no futuro, esse tipo de tratamento seja usado para combater outras doenças do sistema digestivo. [Medical Xpress]

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