Reator de fusão compacto do MIT “muito provavelmente vai funcionar”

Por , em 30.09.2020SPARC reator de fusao nuclear compacto mit

Uma equipe de pesquisadores do MIT (EUA) e de outras instituições afirmam que seu reator compacto de fusão “SPARC” tem grande chance de funcionar, ao menos em teoria, como eles discorrem em uma série de estudos publicados recentemente.

Em sete artigos científicos, criados por 47 pesquisadores de doze instituições distintas, os cientistas afirmam que nenhum impedimento ou surpresa inesperada apareceu durante as etapas de planejamento.

Em outras palavras, a pesquisa “confirma que o projeto em que estamos trabalhando tem grande probabilidade de funcionar”, afirmou Martin Greenwald, vice-diretor do Plasma Science and Fusion Center e líder do projeto do MIT, para o New York Times.

O poder de fusão ainda não foi confirmado na Terra, mas a tecnologia promete um dia se tornar uma maneira segura, limpa e barata de produzir energia através da fusão de núcleos atômicos, como ocorre no sol. Mas apesar de quase um século de pesquisa ninguém conseguiu torná-la realidade até o momento.

SPARC, um dos maiores projetos privados de fusão atômica, seria o primeiro de seu tipo: um reator de “plasma incandescente” que funde isótopos de hidrogênio para formar hélio (processo que libera grande quantidade de energia), sem a necessidade de colocar nenhuma outra de energia no sistema.

Graças ao progresso no campo dos ímãs supercondutores, a equipe espera atingir o mesmo desempenho de reatores muito maiores, como o gigantesco reator ITER (a sigla de inglês para o Reator Experimental Termonuclear Internacional), de cerca de 26 bilhões de dólares, que começou a ser construído em julho.

Os ímãs são usados ​​para conter as reações extremamente quentes e de alta pressão que ocorrem no interior do reator, um dos maiores desafios da fusão.

De acordo com os cálculos da equipe, o SPARC deve ser capaz de produzir duas vezes mais energia de fusão em comparação com a quantidade necessária para gerar a reação. Isso seria um salto enorme, já que nenhum dos reatores atuais conseguiu tirar mais energia do que a colocada no sistema até o momento.

Na verdade, nos artigos, os pesquisadores observam que poderia ser teoricamente possível gerar dez vezes a quantidade de energia colocada no sistema. Mas ainda há muito trabalho pela frente antes que eles possam ter certeza disso.

A equipe do MIT pretende construir o compacto reator nos próximos três a quatro anos, com o objetivo final de gerar eletricidade a partir de 2035, de acordo com o NY Times.

“O que estamos tentando fazer é colocar o projeto na base física mais firme possível, de modo que tenhamos certeza de como será seu desempenho e, em seguida, fornecer orientação e responder a perguntas para o projeto de engenharia conforme ele prossegue”, afirmou Greenwald em um press release.

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