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Novo tipo de supernova é observado

Supernovas são os estágios finais da vida de algumas estrelas. Quando uma estrela se torna uma supernova, ela explode em show brilhante de luzes. Este é um processo tão gigantesco que geralmente dura meses. Por isso, uma supernova que dura apenas algumas semanas fez com que os astrônomos prestassem bastante atenção e acabassem testemunhando um tipo de explosão estelar nunca observado antes.

Essa supernova desafia todos os limites da física

A supernova é chamada KSN 2015K, e atingiu o brilho máximo e desapareceu completamente em menos de um mês, 10 vezes mais rápido do que outras supernovas de brilho semelhante. De acordo com uma equipe internacional de pesquisadores, a explicação mais provável é que a estrela havia sido envolta por um manto de gás e poeira que já havia sido ejetado dela mesma, por isso só teria se tornado visível depois que a poeira foi expelida pela onda de choque da supernova.

“Descobrimos outra maneira pela qual as estrelas morrem e distribuem material de volta ao espaço”, disse o pesquisador Brad Tucker, da Universidade Nacional da Austrália. Eventos como esses foram capturados antes. Eles são chamados de transientes luminosos de evolução rápida, ou FELTs, e confundiram astrônomos porque não se alinham aos modelos tradicionais de supernovas.

O KSN 2015K foi capturado pelo telescópio Kepler em 2015, que fotografou o evento a cada 30 minutos durante toda a sua duração – dando um nível de detalhe sem precedentes sobre essas explosões peculiares de luz.

Em pouco mais de dois dias, a KSN 2015K alcançou um pico de brilho comparável ao de uma supernova Tipo Ia – a explosão de uma anã branca em um sistema binário. Em uma semana, este brilho caiu pela metade e desapareceu completamente em apenas 25 dias. A equipe descobriu que a curva de luz combinava com a de uma supernova depois que a estrela explode – sem o esperado acúmulo que geralmente acontece. Se um casulo de materiais tivesse escondido a estrela de vista.

Veja uma supernova logo antes de explodir

Isso explicaria como a supernova pode ter acontecido tão rapidamente. Quando as estrelas morrem, elas podem lançar grande parte de sua massa na forma de gás e poeira no espaço ao redor delas. Normalmente, isso é iluminado por dentro pela própria estrela, mas se este casulo fosse denso o suficiente, teoricamente poderia esconder a luz de nós.

Os cientistas ainda especulam o que pode ter criado um casulo de material em torno de uma estrela instável tão pouco tempo antes de sua morte. Existem várias possibilidades, mas as supernovas Tipo Ia geralmente produzem uma incrível quantidade de níquel radioativo. Como muito pouco níquel foi observado no caso da KSN 2015K, a explicação mais provável, então, é que ela fosse uma estrela de ramo gigante assintótica – uma gigante vermelha de massa média a baixa que ganha brilho enquanto morre. Se a KSN 2015K estivesse na extremidade de maior massa desse tipo de estrela, com um vento muito lento e empoeirado soprando ao redor, isso poderia ter criado o seu casulo. No entanto, as supernovas gigantes vermelhas não são tão brilhantes quanto as supernovas anãs brancas.

Quando o núcleo da estrela desmoronou, a enorme quantidade de energia cinética produzida pela explosão teria se convertido em luz quando bateu no casulo, representando o pico extremamente brilhante da curva de luz.

Os astrônomos já acreditaram que as FELTs poderiam ser o resplendor de uma explosão de raios gama – os eventos mais explosivos do universo. Eles também pensavam que as FELTs poderiam ser uma supernova fracassada em um sistema de duas estrelas em órbita, ou uma supernova turbinada por uma estrela de nêutrons com um forte campo magnético.

“Quando vi pela primeira vez os dados do Kepler e percebi o quão curto este evento foi, meu queixo caiu. Eu disse: “Oh uau!”, disse Armin Rest, um dos autores do estudo, em um comunicado da NASA. “Coletamos uma incrível curva de luz”. “Esta é uma nova maneira de as estrelas massivas morrerem e distribuírem material de volta ao espaço”, acrescenta Rest, que trabalha no Space Telescope Science Institute, em Baltimore.

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Céu em mutação

Essa nova visão das supernovas é um subproduto da atividade principal do telescópio Kepler: pesquisar os céus por exoplanetas. Os próximos passos para a pesquisa, diz Rest, serão encontrar mais FELTs com sofisticados telescópios de caça a planetas e aperfeiçoar ainda mais o novo modelo.

Mais observações ajudarão a verificar a hipótese do casulo de gás e poeira – e os próximos telescópios, como o TESS da NASA, poderão examinar as FELTs com mais detalhes e ajudar a aprender mais sobre suas estrelas progenitoras.

“Este trabalho também tem outro legado”, escreveu o astrofísico JJ Eldridge, da Universidade de Auckland. “Mostra que as observações de cadência ultra-altas do céu serão uma área rica para descobertas futuras. Por milhares de anos pensamos que o céu era imutável. Então as observações de supernovas galácticas detalhadas em registros históricos ao redor do mundo mostraram-nos que o céu estava mudando em escalas de tempo humanas. Agora, essas observações da KSN 2015K mostraram que a morte das estrelas pode ser ainda mais rápida do que pensávamos”. [Science Alert, News Week]

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