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Tinta: uma estranha arma biológica

As chamadas “lesmas-do-mar”, como o nome sugere, não são animais especialmente rápidos ou ameaçadores, o que faria delas uma presa fácil para outros animais marinhos – se elas não tivessem uma estranha (mas eficiente) defesa: tinta.

Se algum predador (ou um humano desavisado) insistir em mexer na lesma-do-mar (que é revestida por um muco que contém ácido e outros componentes químicos nocivos), é “brindado” com um belo jato de tinta.

Há quase dez anos, o neuroetólogo (que estuda o comportamento de animais focando no sistema nervoso central) Charles Derby, da Universidade Estadual da Geórgia (EUA), pesquisa o que há por trás dessa “arma biológica” – cuja composição varia conforme a dieta do animal.

“Nariz entupido”

Em 2005, Derby e seus colegas de estudo descobriram que, às vezes, a tinta é usada para atrair o predador, que tenta bebê-la enquanto a lesma escapa.

A depender da espécie de lesma (e de sua dieta), a tinta pode ser usada para prejudicar o olfato do predador. “É como ficar com o nariz entupido, quando uma substância previne que moléculas de odor cheguem aos receptores sensoriais”, explica. Ao contrário de mecanismos de defesa mais comuns, que procuram espantar, distrair ou confundir o predador, esse é o único conhecido que “desativa” um sentido de outro animal.[io9, New Scientist, The Journal of Experimental Biology]

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