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De acordo com esta nova descoberta, é impossível viajar no tempo

Uma nova forma de núcleos atômicos foi confirmada por cientistas em um estudo recente publicado na revista Physical Review Letters. Os núcleos, assimétricos, em forma de pera, observados pela primeira vez em 2013 por pesquisadores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) no isótopo Rádio-224, também estão presentes no isótopo de bário-144. Infelizmente, a nova descoberta pode acabar com nossas esperanças de viajar no tempo.

A descoberta é de monumental importância porque a maioria das teorias fundamentais da física são baseadas na simetria. Esta confirmação mostra que é possível ter um núcleo que tem mais massa de um lado do que do outro. “Isso viola a teoria da simetria de espelho e diz respeito à violação mostrada na distribuição de matéria e antimatéria no nosso universo”, disse Marcus Scheck, da Universidade do Oeste da Escócia, um dos autores do estudo.

Até recentemente, havia três formas de núcleos – esféricos, em formato de disco e em formato de “bola de rugby”. Há uma combinação específica de prótons e nêutrons num certo tipo de átomo, que dita a forma da distribuição de cargas dentro de um núcleo. Estas três formas são simétricas e estão de acordo com a teoria conhecida como simetria CP, a combinação de carga e simetria de paridade.

O novo tipo de núcleo pode nos ajudar a entender por que nosso universo é da maneira que é. Como o astrofísico Brian Koberlein observa, “tem sido proposto que uma violação da simetria CP poderia ter produzido mais matéria do que antimatéria, mas as violações atualmente conhecidas não são suficientes para produzir a quantidade de matéria que vemos. Se existem outras vias de violação da simetria CP escondida dentro de núcleos em forma de pera, elas poderiam explicar este mistério, afinal de contas”.

Sem viagem no tempo?

Esta distribuição desigual de massa e carga nos núcleos faz com que o isótopo “aponte” em uma determinada direção no espaço-tempo, e a equipe sugere que isso poderia explicar por que o tempo parece ir só para a frente e não para trás.

“Nós encontramos estes núcleos literalmente apontando para uma direção no espaço. Trata-se também de uma direção no tempo, provando que há uma direção bem definida no tempo e vamos sempre viajar do passado ao presente”, disse Scheck à rede BBC News.

É uma hipótese bastante especulativa, mas levanta algumas pistas bastante interessantes para a investigação. No final, esta descoberta é outra indicação de que o universo pode não ser o que nós pensamos, o que poderia impulsionar-nos a uma nova era da física teórica. [Futurism]

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