Sabe aquelas edições do “Globo Repórter” que querem te convencer que, desta vez, o ovo não é o vilão da alimentação, mas sim o mocinho? Parece que ele foi subestimado.
Os ovos não apenas parecem fazer algum bem para a saúde, como também estão desesperadamente tentando salvar sua vida. O “verde” que aparece nos ovos cozidos mostra que eles lutaram bravamente com um gás perigosíssimo.
O sulfeto de hidrogênio é um gás tóxico, inflamável e muito temido pelos mineiros – e não estamos falando dos conterrâneos do pão de queijo. A substância se esconde embaixo de poços e cavernas e pode sufocar, envenenar ou explodir pessoas. Ela também aparece no fogão de sua casa quando você ferve ovos.
Mas os ovos não querem te prejudicar, apesar do fato de você estar tentando comê-los. Como prova disso, basta abrir um ovo cozido que “passou do ponto” e ver a sua gema cinza-esverdeada.
O sulfeto de hidrogênio nasce da clara do ovo. As proteínas de lá contêm enxofre, que combina com hidrogênio para formar o gás mortal. O sulfureto de hidrogênio entra no ovo por causa do gradiente de solubilidade. A solubilidade – a quantidade de material que pode ser dissolvido em líquidos – diminui com o calor. À medida que o exterior do ovo fica mais quente, o gás é forçado para dentro da gema.
Ela, por sua vez, contém ferro. Quando o ferro se encontra com o gás sulfeto de hidrogênio, se combina para formar o sulfeto de ferro – que tem um tom esverdeado. Quanto mais você cozinha um ovo, mais sulfeto de ferro é produzido e mais verde ficam as gemas.
A maioria das receitas de ovos cozidos recomenda que eles sejam colocados em água fria assim que são preparados para resfriá-los rapidamente e impedir que o calor residual os cozinhe demais. [io9]