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Você pode ser geneticamente predisposto a ser preguiçoso?

Uma nova pesquisa da Universidade de Missouri (EUA) sugere que certas características genéticas podem predispor as pessoas a serem mais ou menos motivados a se exercitar e permanecer ativas.

Frank Booth, principal autor do estudo, e seus colegas foram capazes de criar seletivamente ratos que apresentaram traços de atividade extrema ou preguiça extrema. Estes ratos indicam que a genética pode desempenhar um papel na motivação de fazer exercício, mesmo em seres humanos.

O estudo

Booth colocou ratos em gaiolas com rodas de corrida e mediu a quantidade de exercício que cada rato fez (correndo na roda voluntariamente) durante um período de seis dias.

Em seguida, separou os 26 melhores corredores e os criou juntos, cruzando-os entre si, bem como criou um grupo com os 26 ratos mais preguiçosos. Esse processo foi repetido através de 10 gerações.

Os pesquisadores descobriram que a linha de ratos corredores se exercitou 10 vezes mais do que a linha de ratos “preguiçosos”.
Uma vez que os pesquisadores estabeleceram os dois diferentes grupos de ratos, eles estudaram os níveis de mitocôndrias nas suas células musculares, compararam sua composição corporal e realizaram minuciosas avaliações genéticas através de sequenciamento de RNA.

“Enquanto encontramos pequenas diferenças na composição corporal e níveis de mitocôndrias nas células musculares dos ratos, identificamos diferenças genéticas entre as duas linhas de animais”, disse Michael Roberts, coautor da pesquisa.

Em mais de 17.000 genes diferentes em uma parte do cérebro, foram identificados 36 que podem desempenhar um papel na predisposição para motivação em atividade física.

Agora que os pesquisadores identificaram os genes específicos, eles planejam continuar o estudo para explorar os efeitos de cada gene sobre a motivação para o exercício.

“Nós mostramos que é possível ser geneticamente predisposto a ser preguiçoso”, disse Booth. “Este pode ser um passo importante na identificação de outras causas para a obesidade em seres humanos (…) Seria muito útil saber se uma pessoa é geneticamente predisposta a ter uma falta de motivação para o exercício, porque isso poderia torná-la mais propensa a ficar obesa”, concluiu.

O estudo foi publicado no American Journal of Physiology: Regulatory, Integrative and Comparative Physiology.[MedicalXpress]

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