10 singulares máquinas fotográficas do século 21

Por , em 17.09.2013

O começo do século 21 viu o surgimento de várias câmeras digitais únicas. Alguns conceitos, como câmera com projetor, foram abandonados, mas outros, como visor digital de “live view”, se tornaram padrão em todas as câmeras. Será que a “explosão cambriana” de câmeras do século 21 já terminou? Que novidades estão nos aguardando?

[box type=”shadow”]No texto abaixo, são citados vários conceitos de câmeras fotográficas, digitais ou não, e são nomeados vários tipos de câmeras. Se as palavras abertura, comprimento focal, DSLR, compacta, lente rápida, autofoco, mirrorless e outras te deixarem confuso, veja a nossa matéria Tudo que você precisa saber sobre câmeras fotográficas.[/box]

Olympus Camedia C-211 Zoom (2000)

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Fruto de um trabalho conjunto da Olympus e da Polaroid, a Camedia C-211 Zoom, anunciada em julho de 2000, foi uma câmera digital que imprimia fotos usando filmes Polaroid. Por conta da função de imprimir fotos, ela era grande, com 178 mm. Fora o tamanho, era uma câmera padrão para a época, com um sensor CCD de 2,1 megapixels, uma lente de zoom 3x, e um monitor LCD de 1,5 polegadas.

No lado da impressão, a Camedia C-211Z usava os filmes Polaroid 500, cada um com 10 fotos de tamanho 73x57mm. Cada foto ficava pronta em 30 a 90 segundos, como em uma Polaroid comum. A C-211Z foi a única câmera digital que imprimia fotos que a Olympus já fez. A Polaroid continua fazendo câmeras digitais que imprimem fotos na hora, como a Z2300 que foi lançada em julho de 2012.

Olympus E-10 (2000)

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A Olympus Camedia E-10 era uma câmera DSLR, só que com lente fixa. Seu sensor era um CCD de 2/3″, de 4 MPixels, com uma lente zoom 35-140mm (zoom de 4x) com abertura f2.0-2.4, com anel de foco e zoom para quem gosta dessas opções no manual, suporte a flash externo e controle remoto por fio.

Ela também tinha um visor ótico que permitia ver o que a lente estava captando, sem erro de paralaxe, junto com um visor eletrônico de LCD. Outra novidade era o sistema de foco infravermelho, embora com performance sofrível, a capacidade de gerar imagens RAW e TIFF, um grip para bateria e um adaptador para lente de telefoto (confira a imagem abaixo).

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Com isso, a câmera conseguia um comprimento focal de 420mm. Mas também tinha sua cota de problemas: era cara, tinha um problema de pixels mortos no sensor, a lente tinha aberrações cromáticas e a visualização pelo LCD era cortada e tinha resolução muito baixa.

Sony Cyber-shot DSC-F707 (2001)

Na maioria das câmeras a lente parece que foi grudada no corpo, mas no caso da DSC-F707, e as anteriores F505 e F505V, a impressão que se tem é que o corpo da câmera foi grudado na lente.

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Seu design era avançado, com uma dobradiça localizada atrás da lente qye permitia que o corpo fosse inclinado 77 graus para cima ou 36 graus para baixo, antecipando o que hoje conhecemos como LCD articulado. E não só o corpo era bom, como a lente também era, com 5x de zoom ótico e uma abertura ótima, permitindo fazer fotos em situações de pouca luz.

Entre os truques que haviam na câmera, um deles era um sistema laser no autofoco, o Hologram AF, que permitia o foco automático em completa escuridão. Outra novidade era a possibilidade de levantar o filtro de infravermelho para permitir fotos noturnas, com o mesmo aspecto de dispositivos de visão noturna.

A F707 foi seguida pela F717 e pela F828, até que essa linha de câmeras foi abandonada pela Sony.

Sony Cyber-shot DSC-R1 (2005)

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A DSC-R1 não era uma câmera estranha, mas inovadora. Foi a primeira câmera de lente fixa a usar um sensor do tamanho APS-C (como parte das câmeras DSLR), o que confere uma qualidade superior às imagens. Além disso, foi a primeira de seu tipo a usar sensor CMOS, que agora está disseminado na maioria das câmeras compactas. Além disso, tinha “live view” constante.

A câmera tinha uma lente clara, com zoom ótico de 24-120mm (zoom de 5x), e tanto o zoom quanto o foco podiam ser feitos manualmente. E com todas estas inovações, ela custava apenas US$999 (cerca de R$ 2 mil). Mas tinha uma esquisitice: seu LCD girava a partir do topo da câmera, o que fazia com que a sapata do flash ficasse no lado direito da câmera.

Além disso tudo, ela tinha muitos controles manuais, e foi a primeira câmera compacta a oferecer suporte ao esquema de cores Adobe RGB além do sRGB. Chegou a ser altamente recomendada.

Olympus EVOLT E-330 (2006)

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A Olympus EVOLT E-330 tinha uma forma esquisita e, como a Sony DSC-R1, trouxe algumas inovações. Foi a primeira DSLR com live view, só que era obtido de uma forma pouco convencional. Uma série de espelhos dividia a luz que entrava pela lente fazendo-a incidir no visor da câmera e no sensor para o live view.

O visor do live view também era usado para uma visão macro. Entretanto, esta câmera tinha um problema: como a luz que entrava pela lente era dividida, a imagem proporcionada pela câmera acabava sendo mais escura. Mesmo assim, era a única câmera SLR que permitia usar o visor ótico e o live view ao mesmo tempo.

Kodak EasyShare V570 (2006)

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Uma olhada para a câmera e você já sabe o que a tornou única: ela tinha duas lentes. E não era para fazer imagens 3D. Colocar duas lentes foi o jeito que a Kodak encontrou para oferecer o comprimento focal de 23-117mm em um corpo com 20mm de espessura.

Uma das lentes era uma ultra-grande-angular, enquanto a outra era uma lente com zoom convencional. Como cada lente tinha seu próprio sensor dedicado de 5 MPixel. Na prática, eram duas câmeras em uma: uma câmera com lente de comprimento focal equivalente a 23mm e abertura F2.8, e outra câmera com lente zoom de 39-117mm e abertura 3.9-4.4.

Só que quando você mudava de um sistema para outro, a imagem dava um “salto”. O efeito era pior quando você estava filmando. Outro problema que a câmera tinha era que com a super-grande-angular não era difícil a sua mão aparecer na foto.

Esta câmera teve duas sucessoras, a V610 e a V705, quando o sistema foi abandonado. A próxima câmera com duas lentes foi projetada para fazer fotos 3D e foi lançada pela Fujifilm e pela Panasonic.

Samsung DualView (2009-2012)

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Em 2009, o sistema inovador DualView, da Samsung, foi lançado. Tratava-se de uma câmera que, como pode ser visto na imagem, tinha um LCD à frente, além do LCD atrás da câmera.

O LCD à frente da câmera podia ser usado para passar uma animação para distrair crianças ou, o que era mais comum, ajudar a compor autorretratos. Também servia para mostrar uma contagem regressiva do cronômetro da câmera, ou as configurações atuais de macro e flash.

Este projeto persistiu por um tempo, até a Samsung decidir que era melhor providenciar um LCD articulado, capaz de girar completamente em direção ao assunto da foto, em vez de dois LCDs.

Nikon Coolpix S1000pj (2009)

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Por fora, ela parece uma típica câmera compacta da Nikon, mas tem um detalhe nem um pouco típico: um projetor interno. A Coolpix S1000pj e sua sucessora foram as primeiras e únicas câmeras digitais com um projetor embutido. 

A luz do projetor era de 10 lúmens, e uma imagem VGA ficava com um metro em uma parede a 2 metros de distância. Tinha até um controle remoto e uma base. E se suas fotos não fossem chatas o suficiente, você podia adicionar música de fundo e transições especiais entre uma foto e outra.

O problema da câmera era justamente o projetor: um projetor padrão tem brilho de 2.500 lúmens ou mais, além disso o alto-falante da câmera era minúsculo, e ouvir a música de fundo era um desafio.

Em 2010, a Nikon lançou a Coolpix P1100pj, com alguns melhoramentos em relação à sua predecessora, como um projetor com o dobro de poder, alcançando um brilho de 14 lúmens, a capacidade de projetar conteúdos de um computador (Mac ou PC) e a possibilidade de “pintar” na projeção, graças a um LCD “touchscreen”. Mesmo com todas estas inovações, a câmera projetora não teve muito sucesso e saiu de linha em 2012.

Casio TRYX (2011)

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A Casio TRYX foi uma sensação quando lançada, e chegou a ganhar o registro no Guinness Book of World Records como a “câmera digital mais ajustável”. A câmera tem um quadro externo que pode ser movido em separado do bloco que contém o display LCD e o bloco ótico da câmera.

Com isso, a câmera pode ser usada do jeito “tradicional”, ou então pendurada em um trinco, ou apoiada sobre uma mesa sem precisar de dispositivos adicionais. Como o quadro externo pode mover-se 360 graus e o painel LCD pode mover-se 270 graus, as posições possíveis são muitas.

Mas, mesmo contando com uma lente de 28mm (equivalente), abertura F2.8, LCD touchscreen de 3 polegadas, criação de panoramas de 360° e gravação de vídeo de 1080p, ela foi descontinuada um ano depois do lançamento. Talvez fosse muito radical.

Pentax K-01 (2012)

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A Pentax K-01 foi um dos primeiros lançamentos da Pentax, depois desta ter sido adquirida pela Ricoh. Apesar de parecer ter sido projetada por um criador de brinquedos, ela é uma câmera “mirrorless” bastante poderosa.

A qualidade da imagem era excelente, ela aceitava todas as lentes Pentax com a baioneta K (com estabilização de imagem), e era bastante personalizável. Também tinha seus defeitos, como um sistema de autofoco lento e um modo de vídeo medíocre, além de um corpo um tanto grande demais para uma mirrorless.

O futuro desta câmera está incerto; em alguns países ela foi descontinuada, ao mesmo tempo que no Japão foi lançado um modelo na cor azul. [DPReview]

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